31 março, 2018

REDENÇÃO.


Em época Pascal, e recordando que a redenção é um dos pilares basilares desta celebração, vou arriscar, sob pena de excomunhão da fé azul e branca, referir o nome de um dos maiores "cristos" que já passaram pelo clube. Refiro-me obviamente a Julen Lopetegui. Um dos treinadores mais mal amados que já puseram os pés na Invicta, porventura apenas ultrapassado por Octávio Machado neste triste ranking.

Ocorre-me a ressurreição do nome do basco por estas bandas, devido à histórica vitória que "La Roja" aplicou esta semana à sua congénere argentina, por uns "modestos" 6-1. Mais do que o sucesso num jogo isolado, feito ao alcance de qualquer Peseiro, Lopetegui desde que tomou rédeas da selecção espanhola, não só conseguiu estancar a quebra e lento definhar porque "nuestros hermanos" vinham passando após os seus anos dourados, como conseguiu fazê-lo apresentando resultados consistentes, onde o golo e exibições vistosas e autoritárias têm andado de mãos dadas. Isto num grupo de qualificação que tinha "só" a Itália como adversária.

Não me parece uma carreira nada má, para um treinador que em Portugal foi comparado aos seus homólogos das distritais, além de gozado e insultado pelos rivais, com a conivência (e cumplicidade) dos próprios portistas.

Ressalvo que não pretendo fazer aqui qualquer tipo de comparação entre Lopetegui e Sérgio Conceição. Aliás, seria sempre um exercício fútil, não só pela táctica e visão de jogo de ambos serem diametralmente opostas como, ponto principal, estarmos muito bem servidos de treinador. Se existisse uma comparação entre os dois, provada pelos resultados do presente, seria apenas a qualidade que ambos possuem.

Contudo, não deixa de existir um certo sentimento de frustração pelo facto de que se Lopetegui pudesse ter tido o apoio massivo que usufrui o nosso actual treinador (e até mesmo Nuno Espírito Santo), em vez da hostilidade das bancadas do Dragão, aliada aos Franciscos J. Marques, entre outros, que hoje protegem as costas da equipa, em vez do desgaste que o espanhol teve, em ser a única voz a lutar pelo FC Porto contra os padres e quejandos que todos hoje conhecemos e SABEMOS o quanto falsearam a verdade desportiva, e muito possivelmente esse campeonato de 2014/15 teria no fim outro vencedor.

Infelizmente para ele, para nós, e para o FC Porto, Lopetegui foi o homem errado, no momento errado. Um homem que tentou aplicar com honestidade as suas ideias, num campeonato impregnado de desonestidade nos seus bastidores. Tal como Cristo, que foi um incompreendido e injustiçado em vida, também já era altura do nome de Lopetegui encontrar a merecida redenção entre portistas.

Votos de uma boa Páscoa.


30 março, 2018

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.



JOGO DA SEMANA

A escolha para jogo da semana recaiu sobre a 1ª mão dos 1/4 final da Liga Europeia de Hóquei em Patins que levou a nossa equipa ao pavilhão do benfica.

O jogo era esperado como de máxima tensão, e foi no meio dessa elevada tensão que aos 5 minutos Nicolia apareceu no chão da nossa área levando os árbitros a assinalarem penalti. Foi colocada a responsabilidade no stick de João Rodrigues que não tremeu e colocou os de carnide na liderança. A nossa equipa não quebrou e aos 10 minutos chegou ao empate por Gonçalo Alves também de penalti. Ao nosso empate reagiu melhor o benfica que chegou ao intervalo com vantagem por 3-1.

Na 2ª parte o jogo virou e a nossa equipa apareceu mais fresca mas apenas conseguiu um golo por Helder Nunes na sequência da 10ª falta.

Do lado da arbitragem e tendo o local em que o jogo se realizou acabou por ser positiva e muito melhor do que a realizada por Joaquim Pinto e Luís Peixoto em Dezembro. No entanto, não foi 100% perfeita, até porque na 1ª parte passou incólume uma agressão a Reinaldo Mallea.

O próximo jogo da nossa equipa será a 7/4 para a 2ª mão da Liga Europeia.


AS OUTRAS MODALIDADES

A equipa de ANDEBOL iniciou a 2ª fase com a deslocação a Avanca e onde se esperava uma vitória tranquila fomos surpreendidos. Se ao intervalo a vantagem de 2 golos deixava antever qualquer coisa positiva, a 2ª parte foi negativa e os apenas 10 golos conseguidos impediram que a equipa saísse de Avanca com a vitória.

Já no jogo seguinte, na visita ao arquipélago para defrontar o Madeira SAD, uma vitória tranquila.

A equipa de BASQUETEBOL iniciou a 2ª fase do campeonato e logo com 2 jogos diante do 2º e 1º classificado respetivamente. Se na sexta-feira o jogo esteve em aberto até ao fim, já no jogo de domingo, o mesmo ficou decidido desde o 3º período onde só conseguimos 8 pontos.

O próximo jogo será dia 31 com a receção ao Illiabum às 17h.



Abraco,
Delindro

27 março, 2018

HIPOCRISIAS.


Há razões que a própria razão desconhece. Nesta se inclui a pausa para compromissos da selecção. Decerto muitos, especialmente os metem algo ao bolso com isso, terão uma miríade de justificações para validar esta interrupção dos campeonatos, na sua fase mais quente, para jogos a feijões. Na prática, dos dois jogos que vi da selecção, e suas adversárias, a densa nuvem de frete foi a verdadeira vencedora das contendas. Futebol pavoroso, jogadores com a cabeça algures que não nas quatro linhas, resultados que seriam desastrosos, não fosse o golpe de teatro frente à nossa congénere africana. Como único ponto positivo deste hiato, o descanso para o nosso castigado plantel, cujas ausências nas quinas, bem como as "folgas" de Brahimi ou Herrera nas respectivas selecções, são notícias absolutamente benvindas.

Bola no roupeiro, tempo de debruçar sobre minudências fora das quatro linhas. Entre as várias que compõem a história de todas as temporadas, a palavra de ordem para a época 2017/18, são os constantes apelos para a pacificação do clima do futebol português. Ao ponto de tal ladainha, fazer parecer o "nosso" camarada Carlos Carvalhas, sentir-se um criativo na arte da oratória.

É, no mínimo, comovente assistir a tanta preocupação pela saúde do futebol português.

Uns dizem que a culpa disto tudo é dos programas de comentário desportivo que passam nas várias TVs. Outros dizem que a culpa é dos directores de comunicação dos clubes. Como existe gostos para tudo, ainda há os que dizem que a culpa é dos dirigentes.

No meu ponto de vista, as coisas são bem mais simples. A culpa é disto:


  • ver documento na íntegra no blog "Mercado de Benfica"
Como é possível que uma denúncia anónima de fraco fundamento, e prontamente justificada, tenha motivado - e bem, pois gostamos de ver o nosso nome limpo - um imediato inquérito por parte da Liga, sobre eventuais irregularidades no jogo com o Estoril, ao passo que a um documento oficial do Ministério Público, indicando EXPLICITAMENTE actos de corrupção activa, por parte do nº 2 da hierarquia benfiquista, não tenha motivado a mínima acção por parte da Liga ou Federação Portuguesa de Futebol?

A saúde do futebol nacional, é semelhante à saúde de uma qualquer beldade, com uma enorme verruga.
Se deixarmos a maleita aumentar, vai irremediavelmente transformar-se em cancro.
Se a extrairmos pela raíz, teremos a beleza de volta.

Cumprimentos Portistas

26 março, 2018

CONCEIÇÃO NO PSG?!


O FC Porto é de longe o clube português que mais e melhores treinadores exportou para o resto do mundo ao longo das últimas décadas. A maior parte deles teve efetivamente sucesso nos clubes para onde foram, ou seja, tiveram sucesso no FC Porto e depois tiveram sucesso noutros campeonatos para além do “nosso quintalzinho que é o futebol português”. Se compararmos o sucesso dos treinadores que os rivais exportaram com o sucesso dos treinadores que o FC Porto exportou chega-se a uma conclusão simples: o FC Porto tem efetivamente tido treinadores bem melhores que os seus rivais, uma das claras razões para ter tido muito mais sucesso que os rivais nos últimos 35 anos, uma conclusão que não é alterada por 4 anos menos bons, 3 dos quais sem qualquer troféu ganho.

O que descrevi acima não é apenas uma divagação ou imaginação própria do meu clubismo, mas sim a constatação de uma realidade clara e facilmente comprovável. Artur Jorge, aposta de Pinto da Costa quando ainda era um jovem treinador ilustre desconhecido, saiu do FC Porto e ganhou tudo o que havia para ganhar internamente no PSG, numa altura em que o clube francês ainda não era detido por um multimilionário do Qatar. Mourinho, aposta de Pinto da Costa quando este treinava o Leiria, e depois de ter sido “deitado ao lixo” pelos dois rivais de Lisboa, ganhou tudo o que havia para ganhar nos campeonatos mais difíceis do mundo e em várias competições europeias. Villas-Boas, um ilustre desconhecido do panorama europeu, também já ganhou noutros campeonatos e também já treinou na Premier League, conquistando inclusivamente o recorde de pontos do Tottenham no seu primeiro ano. Digam-me o nome de um treinador português que tenha sido exportado com sucesso pelos nossos rivais? Ah, talvez o Toni e as suas caricatas conferencias de imprensa no Irão...

Não me admira por isso que o nome de Sérgio Conceição esteja, a par de outros como Conte e Allegri, a ser associado ao PSG. A novidade de tudo isto é mesmo tal acontecer quando ainda nem sequer acabou a época, a verdade é que Conceição está a fazer um grande trabalho mas ainda não ganhou rigorosamente nada. Mas pelos vistos, o excelente trabalho do técnico não está a passar despercebido à Europa do futebol, para além do excelente trabalho realizado ao serviço do Nantes, retirando a equipa do fundo da tabela até às portas da Europa.

O mais estranho de tudo isto é que o excelente de trabalho de Sérgio, consubstanciado numa fantástica série de 35 jogos sem perder apenas interrompida numa “coisa” a que dificilmente consigo chamar jogo de futebol, devia ser suficiente para o campeonato português já estar “morto”, como estão o espanhol (Barcelona claramente melhor que todos os outros), o inglês (City claramente melhor que todos os outros) ou o alemão (Bayern claramente melhor que todos os outros). Mas não, em Portugal a equipa que claramente joga melhor desde a 1ª jornada, a única que passou a fase de grupos da Champions League e aquela que, unanimemente, tem mostrado mais consistência que todas as outras ainda está muito longe de garantir o título.

Resta replicar nestes últimos meses de competição o que se fez até aqui, não esquecendo obviamente que é fundamental a recuperação dos titularíssimos que se encontram lesionados. Mas seria lógico estarmos neste momento muito mais perto do sucesso do que aquilo que estamos. Também se calhar seria lógico vivermos num país onde não há um processo judicial gravíssimo em que um juiz é acusado de vender decisões judiciais ou dezenas de processos de corrupção, envolvendo e-mails, toupeiras da justiça e tantas, tantas outras coisas que sinceramente já estou numa fase em que não quero saber de mais tramóias, aldrabices e esquemas, apenas espero que a justiça faça o seu trabalho. Porque no dia em que não acreditarmos que as pessoas que trabalham na justiça têm ainda um mínimo de princípios que lhes permitam fazer honestamente o seu trabalho, estamos completamente numa república das bananas. Será que já não vivemos mesmo numa república das bananas???

22 março, 2018

CONTRA TUDO E CONTRA TODOS.


Depois de umas semanas de ausência estou de volta ao blog, agora que entramos no período decisivo da temporada.

Como todos bem sabemos estas semanas tiveram muitos episódios, dentro e fora do campo. Mas mais do que toupeiras, vitórias importantes, arbitragens duvidosas e uma escorregadela inesperada o que me fica destes largos dias é uma certeza: nunca vi o Universo Portista tão unido e não tenho dúvidas que este é o campeonato mais desejado desde o Tri de 1997.

Hoje é óbvio que o nosso afastamento dos títulos deve-se a algo mais do que erros próprios e má fortuna. E nenhum Portista esquecerá isso, mesmo que em Maio estejamos, como esperamos, nos Aliados.

A luta é dura, será longa e não acabará com o título de Campeão. Mas seja como for temos mesmo de ser Campeões este ano.

Porque nós merecemos essa alegria, porque até ao momento a nossa equipa é a melhor de Portugal e porque é tempo de acabar com a maior fraude de sempre no futebol português: a pseudo hegemonia de um clube fora da lei, que construiu uma gigantesca teia que ultrapassa o mero universo desportivo.

Contra tudo e contra todos, não deixemos este campeonato escapar. Força Grande Porto!

21 março, 2018

FAKE NEWS.


Ministério Público recebe denúncia anónima contra Varela
Em causa está o jogo da 6a jornada, em que um erro do jovem guardião benfiquista, contribuiu decisivamente para o tento da vitória boavisteira. Tal "ajuda" não terá caído bem entre as hostes vitorianas, tradicionais rivais dos boavisteiros, que acusam Varela de facilitar na vitória axadrezada. Por detrás desta ajuda, estará a oferta ao jogador encarnado, de um corte de cabelo, com pintura incluída, pelo cabeleireiro de Idris. O caso será remetido para segredo de justiça.
Bem sei que o nível, e qualidade de investigação, deste breve texto rivaliza com o das redações profissionais do Record, ou d'A Bola, contudo, para incredulidade de muitos, tenho que confessar a sua falsidade. Sim, é apenas uma fake news. Como mau aluno de Sir Conan Doyle, não consegui criar um móbil consistente para o crime. Obviamente que o look de Idris não tem preço.

Contudo, se substituíssemos a cor de cabelo, por um qualquer nome obscuro de empresário, com uns largos milhares de euros na mala, a subornar em favor do FCP, já teríamos a história fetiche preferida de milhões de benfiquistas. Se em tempos, ela não passou apenas de um sonho húmido para muitos, na actualidade, parece ser utópico encontrar um limite para a falta de decoro e vergonha de elementos afectos aos encarnados.

Após a denúncia do jogo da Amoreira, a recente queixa contra o guardião do Boavista Vagner, pelo erro no SEGUNDO golo do recente FC Porto - Boavista, atinge contornos verdadeiramente surreais. Não vale a pena estar aqui a tentar justificar o injustificável, pois adquiridas as competências do 2º ano do primeiro ciclo de ensino, qualquer um conseguirá preencher um formulário com o que bem lhe aprouver. Aliás, não me admiraria futuras denúncias contra o S. Pedro, caso o vento no Restelo favoreça algum lance portista, ou mesmo queixas de violência sobre idosos, caso Quim venha a ser titular na deslocação do Aves ao Dragão.

Importante é realçar o brio e rapidez com que o Record, seguido d'A Bola e Correio da Manhã, se prestam a alimentar e partilhar a lavagem servida pela cartilha encarnada. Numa curta pesquisa pela Internet, foram eles as caixas de ressonância desta não-notícia, contraposta pelo "O Jogo" em defesa dos boavisteiros. Da restante imprensa escrita, o desprezo dado, parece indicar que ainda existe esperança para o jornalismo em Portugal.

As motivações são óbvias. Por totalmente estapafúrdias que estas denúncias sejam, a verdade é que criam ruído e, mais do que isso, procuram criar pressão nos adversários do FC Porto, sabendo estes que qualquer eventual infelicidade que possam vir a ter em jogo, poderá resultar em ter o seu nome enlameado nas referidas etares jornalísticas.

Suja, mas é a forma de jogar à Benfica.

Cabe aos nossos jogadores e equipa técnica, não se deixarem enredar ou distrair por estes fait-divers, e encarar cada um dos 7 jogos que faltam como se a final da Champions se tratasse. Acreditar em facilitismos, ou dar meias-partes, será meio caminho andado para estragar tudo o que de bom foi feito nesta época. Estou convicto que não nos vão desiludir.

Cumprimentos portistas.

17 março, 2018

VAR (IN)COMPETENTÍSSIMO.


FC PORTO-BOAVISTA, 2-0

O FC Porto deu mais um pequeno passo para a conquista do título que tanto persegue. Faltam 7 jornadas para o fim da prova e os Dragões mantêm dois pontos de vantagem para o segundo classificado. Jornada após jornada vamos assistir a jogos com um índice de dificuldade crescente. Não bastará aos portistas entrarem em campo e esperar que a qualidade superior dos seus jogadores resolva os jogos. É preciso que os jogadores, nesta fase decisiva, dêem tudo e se transcendam em cada bloco de 90 minutos. E porquê?

Porque factores externos aos jogos vão-se movimentar em prol do clube que manda nisto tudo. Estamos todos mais do que fartos de ver que, semana após semana, as arbitragens têm sido cada vez mais habilidosas. No entanto, o VAR, introduzido esta época, é o grande ponta-de-lança do regime. É, por vezes, muito criterioso, muito rigoroso e muito interventivo num sentido e, noutras situações, é cego, deixa andar e desliga-se no sentido literal da palavra em favor de um certo clube. É o chamado VAR (in)competentíssimo.


Vejamos, pois, este claro exemplo. Um tal de Esteves (não confundam com o Zé Estebes) esteve como VAR no jogo da primeira volta do campeonato na Vila da Aves entre o Desportivo local e o FC Porto. A terminar a partida, Danilo foi pontapeado na perna dentro da grande área adversária. O que fez o Esteves? Nada, zero, nicles… Esta noite, o mesmo Esteves, nas mesmas funções, esteve muito interventivo e muito bem.

Primeiro, corrigiu um cartão vermelho directo para cartão amarelo dado pelo árbitro de campo a um jogador do Boavista por falta sobre Sérgio Oliveira e depois detectou, competentissimamente, que o mesmo Sérgio Oliveira tocou com os dois pés na bola no momento da conversão da grande penalidade.

Mas alto lá! Incompetentissimamente, no mesmo lance, não assinalou uma infracção dos jogadores do Boavista. Quando Sérgio Oliveira partiu para a bola, alguns jogadores axadrezados já estavam dentro da grande área. Então como é, Esteves? Em que ficamos? Vai mais um copo? Vês dois toques na bola no momento do penalty e ficas cego quando os boavisteiros invadem a zona da grande área antes da bola partir?

É disto que teremos que estar à espera. É isto que teremos que encarar nas 7 jornadas que faltam: incongruências, incoerências, tendências e faltas de isenção e de vergonha. Não pensemos que as toupeiras, os lex, os vouchers e os e-mails vieram, vêm ou virão colocar alguma normalidade no futebol. Pelo contrário, vamos continuar a assistir às maiores vergonhas alguma vez vistas na história do futebol português. Estão todos enterrados até ao pescoço e vão-se encobrir e defender uns aos outros mesmo perante todas as evidências.


Por isso, o FC Porto terá que escalar uma verdadeira montanha para conseguir o objectivo. Qualquer desatenção, momento de menor inspiração ou falta de entrega serão um tónico para que o comboio do título fique seriamente comprometido. 7 jogos para 7 vitórias. Ninguém desarma, ninguém levanta o pé do acelerador. Isto vai ser duro, muito duro.

O jogo desta noite no Dragão foi um bom espectáculo para a promoção da modalidade. Os Dragões, ao contrário da semana passada, tiveram pela frente um adversário digno, que quis jogar futebol e que complicou muito a vida aos azuis-e-brancos. Sérgio Conceição escalonou uma equipa muito próxima do habitual. No entanto, colocou Maxi na lateral direita, Ricardo na ala em trocas constantes com Otávio que, muitas vezes, funcionava com o segundo avançado, no apoio a Aboubakar.

Os portistas começaram o jogo da melhor forma. Com grande intensidade desde o pontapé inicial, lograram abrir o marcador bem cedo aos 2 minutos de jogo. Num canto batido por Sérgio Oliveira, a bola foi rechaçada pela defesa contrária e sobrou para Maxi. O uruguaio endossou novamente a Sérgio Oliveira que cruzou com conta, peso e medida para a entrada fulgurante de Felipe cabecear sem hipóteses para Wagner.

Estava feito o mais difícil. O FC Porto adiantava-se no marcador e esperava-se uma avalanche azul-e-branca. Não foi isso que aconteceu. O Boavista não acusou o golo e começou a soltar-se para o ataque, procurando criar perigo junto da baliza portista. No entanto, aos 15 minutos, novamente na cobrança de novo canto na direita, Sérgio Oliveira colocou a bola na área e Felipe cabeceou para grande defesa de Wagner. Com 2-0, o FC Porto ficaria muito mais tranquilo. Mas isso não aconteceu. Os axadrezados procuraram dar uma boa resposta mas nesta etapa inicial não se verificaram verdadeiras oportunidades de perigo. Os homens do Bessa ficaram-se apenas pelas ameaças.


Na segunda metade, o jogo continuou disputado pelas duas equipas. Logo nos minutos iniciais, Óliver rendeu Otávio e o FC Porto passou a ter mais bola e mais domínio territorial. O jogo dos Dragões passou a acentuar-se mais na partida. Herrera teve uma grande oportunidade aos 47 minutos mas rematou à figura de Wagner e Aboubakar, uns minutos depois numa iniciativa individual, rematou forte contra a perna de um defesa contrário que impediu que a bola se dirigisse para a baliza. O Boavista também esteve muito perto de marcar nesta etapa complementar. Iker Casillas fez uma defesa decisiva num remate de Mateus sobre a direita.

Aos 62 minutos, os Dragões acabaram com o jogo. Num pontapé de baliza deficiente marcado por Wagner, Herrera interceptou o lance, foi para a baliza e rematou à vontade para o 2-0. Um erro crasso do guarda-redes axadrezado mas que faz parte do futebol. Aos 71 minutos, o árbitro assinalou grande penalidade a favor do FC Porto por derrube a Maxi mas depois na conversão o golo de Sérgio Oliveira foi anulado pelo que já expliquei mais acima.

Sérgio Conceição operou mais duas substituições. Aboubakar cedeu o lugar a Gonçalo Paciência e Maxi saiu para a entrada de Corona. Ricardo recuou para a defesa. Os portistas acabaram o jogo com alguma tranquilidade, embora o Boavista mantivesse uma postura de alta competição muito elevada em todo o jogo. O derby do Porto teve emoção, foi intenso, em certas fases do jogo, incerto mas no fim acabou por vencer o melhor. E esse melhor foi o FC Porto que continua na liderança.

A Liga NOS e todas as competições de clubes vão sofrer a última interrupção da época para compromissos das selecções nacionais. O FC Porto vai aproveitar para recuperar jogadores e recarregar baterias para a ponta final. Será um verdadeiro teste de fogo à equipa que Sérgio Conceição tem conduzido de forma muito competente, apesar de todas as forças externas pretenderem desviar-nos do caminho certo.

O próximo jogo dos Dragões realiza-se no dia 2 de Abril, com a deslocação ao Restelo para mais um jogo bastante complicado. Três pontos é a palavra de ordem.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Era preciso dar uma resposta positiva”

Resposta positiva
“Sabíamos que era um jogo importante depois de uma semana que não foi fácil. Neste clube não estamos habituados a perder e era preciso dar uma resposta positiva. Os jogadores fizeram um bom trabalho. Entrámos forte no jogo e fizemos um golo logo no início, mas o Boavista deu uma boa réplica. A primeira parte foi equilibrada, embora com maior tendência para o FC Porto. A segunda parte foi diferente, sobretudo em termos de domínio e controlo do jogo. Nesse aspeto, a entrada do Óliver foi importante para dar mais consistência e equilíbrio ao nosso meio-campo.”

O videoárbitro Bruno Esteves
“Hoje o videoárbitro esteve extremamente atento. É pena que este mesmo videoárbitro não tenha estado tão atento na Vila das Aves, onde não viu um penálti claríssimo sobre o Danilo já perto do fim do jogo. É incrível o primor do videoárbitro no jogo de hoje, mas devia ser sempre assim. É uma crítica construtiva, pois o videoárbitro devia ser sempre como foi hoje.”


A importância do meio-campo
“Sabemos que o meio-campo é uma zona importante e onde é preciso haver consistência e equilíbrio. Devíamos ter tido mais mobilidade na primeira parte, oferecer mais soluções ao homem com bola. O Boavista é uma equipa compacta e com muita força no meio-campo, daí termos mexido nessa zona. Precisávamos de equilibrar o corredor central e a entrada do Óliver foi importante para isso. Sentíamos que era importante a vitória neste jogo depois do que aconteceu na semana passada e antes de uma paragem no Campeonato.”

A paragem no Campeonato
“Vai dar para respirar um pouco mais e para recuperar jogadores que estão lesionados nesta altura. Temos que estar constantemente a melhorar e vamos aproveitar as próximas semanas para trabalhar algumas situações. O FC Porto tem sempre jogadores nas seleções, mas vamos trabalhar com os que cá ficarem.”

O abraço coletivo após o golo que não valeu de Sérgio Oliveira
“Foi um abraço de todo o grupo. Estamos muito unidos e muito convictos de que vamos fazer o máximo até à última jornada para conquistarmos o título. Por nós e pelos nossos adeptos, que são fantásticos. Tivemos mais 45 mil pessoas no Dragão esta noite e isso é de louvar. Deixo uma palavra de apreço para eles.”

Uma noite em família
“É sempre bom termos a nossa família junto de nós. Hoje juntámos a nossa família de sangue à nossa família profissional, pois na segunda-feira é Dia do Pai. Este grupo está muito unido e muito coeso.



RESUMO DO JOGO

16 março, 2018

FOTO MÍSTICA #10 - Vítor Baía [2004].


O FOTO-MÍSTICA é um espaço de registo e divulgação da história do FUTEBOL CLUBE DO PORTO. O objectivo é recordar os seus momentos, os seus valores, os seus princípios, a sua cultura, a sua marca, a sua dimensão, as suas gentes. Numa palavra: a sua MÍSTICA. Todos são convidados a participar nesta viagem. Se pretenderem ver divulgada uma fotografia em especial, podem enviar e-mail para rodalma@hotmail.com .


Época: 2003/2004
Local: Arena Auf Schalke, Gelsenkirschen
Data: 26.05.2004
Resultado:  FC Porto 3 x 0 AS Mónaco
Aparecem na fotografia: Vítor Baía, Ludovic Giuly

Talvez não seja a fotografia mais icónica de Baía nos vários anos que vestiu a camisola azul e branca, mas é talvez a acção mais importante do 99 em toda a sua carreira, a par talvez daquela saída destemida aos pés de Van Nistelrooy, meses antes em Inglaterra. Na Arena Auf Schalke, a primeira parte decorria disputada e tremida, indecifrável, podendo cair para qualquer lado. O ataque monegasco era temível, com Morientes e o supersónico Giuly. O jogo estava perigoso e, aos 23 minutos, o FC Porto não consegue controlar a profundidade do ataque dos homens do principado e Giuly surge isolado na cara de Baía.

O guardião português parece adivinhar o lance e, lesto e felino, corre rápido para a bola e, de forma corajosa, varre o lance em carrinho, apanhando Giuly no seguimento do tackle. A jogada é um verdadeiro 2 em 1: Baía afasta o perigo e Giuly sai mal-tratado da jogada, pedindo a substituição. Para o seu lugar entra o croata Dado Prso, um bom jogador, mas muito semelhante ao estilo de Morientes. O Mónaco ficava assim com dois avançados lentos, demasiado fixos, posicionais, mais estáticos, sem capacidade de atacar e surpreender na profundidade. A partir daí o jogo muda irresistivelmente, o FC Porto consegue subir o bloco sem preocupações nas suas costas e a partir daí é história.

Só percebi o significado de Baía no FC Porto já mais tarde, ao ler a auto-biografia de Morrissey, o grande vocalista dos Smiths. Ao descrever como era viver na Manchester da sua juventude, nos anos 60, o britânico refere – ele que nem é um fã do desporto-rei – a epifania que foi a aparição de George Best naquela cidade.

De repente, a Manchester da chuva, do cimento, a Manchester dos operários fabris, a cidade dos bairros industriais, da poluição, do carvão, do frio, do gelo, do céu de negrume, essa Manchester de cores tristes e depressivas, vê surgir o astro de Best, um super-jogador que namorava as top models mais giras, que surpreendia com cortes de cabelo extravagantes, que usava roupas fashion, que era bonito e que tinha estatuto para quebrar as regras e fazer tudo o que lhe apetecesse. É essa a verdadeira dimensão de Best e é por isso que o seu nome ficará para sempre na memória dos red devils.

Essa é também, de certa forma, a dimensão de Baía na cidade do Porto. Nos finais dos anos 80 e à entrada dos 90’s, o FC Porto era o clube dos andrades, lá do Norte, uma espécie de aldeia gaulesa povoada por feios, porcos e maus. E de repente, no meio de um plantel de homens de barba rija, surge um menino bonito chamado Vítor Baía.

Baía, além disso, tinha um porte de princípe, majestático, intimidante. E, cúmulo dos cúmulos, o rapaz da Afurada falava bem, era descomplexado, enfrentava os jornalistas, gostava de palco, das câmaras. Baía foi uma espécie de George Best para os meninos dos recreios cinzentos nortenhos, cheios de poças de água, de gravilha e terra húmida, que tinham nele o seu ídolo e que, por causa dele, sentiam ainda mais orgulho em dizer-se portistas.

Baía cedo causou ciúmes e invejas na capital. Como era possível que aquele rapaz elegante e ultra-seguro nas balizas tivesse aparecido nas margens do rio Douro? Iniciava-se aí uma relação ambígua entre Baía e a comunicação social. Se por um lado os repórteres o perseguiam, por outro notava-se a forma invejosa e desdenhosa com que se lhe referiam. Quando Baía frangava, era feriado em grande parte do País e as suas falhas eram celebradas e motivo de escárnio. Os Donos da Bola, esse programa odioso, por exemplo, não lhe davam descanso.

Capa de revistas cor-de-rosa, Baía acompanhou sempre na ribalta as várias fases de jogador de futebol em Portugal. Quando apareceu, os jogadores ainda equipavam de calções curtos e roupa justa. Quando terminou a carreira, Baía já usava calções largos e camisolas bem mais confortáveis e era já um senhor respeitado no futebol mundial, a par de muitos outros da sua geração, como Figo, Paulo Sousa, Rui Costa ou Fernando Couto.  O futebol tinha mudado radicalmente e ele soube sempre adaptar-se sem problemas de maior.

Depois de uma passagem azarada por Barcelona – onde Valdano captou a sua áurea dizendo que até a frangar Baía tinha estilo – o menino bonito dos azuis-e-brancos voltou às Antas ainda a tempo de vencer mais títulos nacionais e os troféus europeus de Sevilha e Gelsenkirschen.

Afastado de forma reles e baixa do Euro 2004, quando era inequivocamente o melhor guarda-redes português e um dos melhores da Europa, a par de Casillas, Buffon e Van der Saar, nunca se deixou ir abaixo e apenas pediu a Scolari uma explicação, fosse ela qual fosse. Obviamente que esta nunca chegou, mas de certa forma Baía não se importou. Ganhou a competição mais importante de futebol a nível de clubes e foi eleito o melhor guarda-redes da Europa nesse ano, enquanto que a selecção morria na praia, afogada nos seus fantasmas e na Nossa Senhor do Caravaggio.

O fantasma de Baía acabou por não pairar no Dragão muito por culpa de Helton, que soube agarrar o lugar de forma natural, numa sucessão sem dramas, com aceitação e compreensão da parte de Baía, que até na hora da saída foi um senhor, ao perceber claramente que estava na hora de passar o testemunho. É verdade que depois até houve Iker, mas é hoje indiscutível que a dimensão e o nome de Baía são inigualáveis. Se assim não fosse, em que outro clube do mundo, o maior monstro de sempre das balizas do futebol mundial, Casillas, diria, na sua apresentação, que era grande fã do 99 dos Dragões?

Ainda hoje no futebol amador e nas camadas jovens muita gente adopta o número 99, ainda hoje se diz que uma grande defesa é uma defesa à Baía, ainda hoje se comparam os grandes guarda-redes ao Vítor. A sua áurea é insuperável e por tudo isso, talvez até mais do que pelo que fez dentro dos postes, Baía é o melhor guarda-redes de sempre do FC Porto.

O cântico que os portistas lhe dedicavam, logo depois do famoso “E salta Baía; E Salta Baía olé olé”, é exemplo da dedicação e devoção que lhe concediam:

Seja de Noite ou de dia
No Dragão ou em qualquer estádio
99 é o Baía
Defende o Porto em todo o lado
BAÍA! BAÍA! BAÍA!

Rodrigo de Almada Martins

14 março, 2018

PÉS DE BARRO.


E à 26a jornada a Nação Azul e branca conheceu o amargo sabor da derrota em terras lusas. A muitos dragões emocionalmente instáveis que vejo, oiço e leio por aí, pergunto: Em 1 de setembro de 2017, com Vaná como maior, menor, surpreendente e única contratação, com um contrariado Aboubakar, mais um tosco regressado, e o bolor a pousar no restante elenco, alguém imaginava estar mais de 7 meses sem perder?

Excepto para doutos iluminados, o plantel no início da época, somado à incógnita do treinador, não auguravam nada de transcendente para esta temporada. Se passados 2/3 do campeonato, e meia eliminatória da Taça de Portugal, nos encontramos em vantagem em ambas as situações, é sinal que estes rapazes não merecem a descrença que muitos neles colocaram.

Quanto ao jogo de domingo, é um clássico da Lei de Murphy, que nos parece assombrar desde o 92º minuto daquele célebre FCP - slb. Paços raçudo e de linhas baixas. Eficácia máxima numa bola parada. Anti-jogo cerrado. Porto com muito coração, pouca cabeça e com a fortuna de costas voltadas. Que mais dizer...

Que jogamos mal?
Pessimamente.
Como tantas vezes temos visto nas últimas temporadas, continuamos a pagar caro a nossa sobranceria. Aquela atitude pardacenta de que o jogo se irá resolver a nosso favor. Mais tarde ou mais cedo. Inexplicavelmente, continuamos a dar meio jogo de vantagem ao adversário, quando aquela 2a parte na Amoreira deveria ser a nossa guia mestra.

Que devia ser interdito jogar em lamaçais daqueles?
Devia.
Mas como não é, temos que arregaçar mangas e nos adaptar à situação. Não faz sentido nenhum fazer de conta que as dificuldades não existem, e colocar um desenquadrado e desinspirado Waris em loucas e fúteis correrias, ou um artista de filigrana como Corona mas com cabeça e corpo munidos de cinzel de pedreiro. Ser fiel a uma estratégia por convicção é coragem. Ser inflexível numa estratégia quando lhe faltam os executantes, é demagogia.

Que as equipas pequenas portuguesas abusam do anti-jogo?
Abusam.
Abusam com a conivência da imprensa, comentadores e sociedade em geral.
Se em vez do D. Afonso Henriques, ou do D. Nuno Álvares Pereira, tivéssemos um Henriques, um Petit, um Simão ou um Pepa a enfrentar os espanhóis ou os mouros, em vez de mostrarmos peito e irmos à batalha contra inimigos superiores, iríamo-nos esconder num monte, ou num buraco qualquer, à espera que uma qualquer intempérie ou pestilência vencesse o inimigo por nós.
Um jogador atirar-se para o chão a fingir-se lesionado não é uma arma. É uma batota mesquinha e desonesta. Se quisessem perder tempo corretamente, porque não vão para a bandeira de canto aguentar a bola? Pode não ser bonito, mas pelo menos é honesto. Requer um mínimo de arte para o fazer. Não se percebe como um avançado é punido com amarelo por simular uma falta, e um defesa que simula uma lesão passa por entre os pingos da chuva.

Se procuramos culpas na arbitragem?
Não faz sentido nenhum. Qual o portista que não conhece Bruno Paixão? Quer treinador, jogadores ou diretores estão fartos de o conhecer. Para quem viu este senhor a arbitrar um Campomaiorense - FCP, com sequela uma década depois, numa deslocação a Barcelos, só podemos dizer que a arbitragem de domingo foi de classe mundial para o personagem em questão. Podia ter dado mais uns minutinhos? certo. Podia ter mostrado um amarelo ou outro? também. Podia ter um critério mais largo? Exigia-se. Contudo, a verdade pura, é que pela primeira vez que me lembre, não foi pelo Paixão que perdemos... até marcou um penalty a nosso favor, imagine-se!

Podemo-nos queixar da fortuna?
Podemos.
Onde às equipas da 2ª circular há sempre uma bola solta, uma falha de marcação, um desvio, ou uma falta mortal nos últimos suspiros, que lhes permitem acumular mãos-cheias de pontos, da nossa parte, mesmo com quase toda a equipa (à exceção de Casillas) nas imediações da área Pacense nos últimos 10 minutos, nem uma mísera meia oportunidade tivemos. Incompreensível.

Podemo-nos suportar nestas, ou milhentas outras razões para explicar a derrota. Contudo, o mais importante e que não nos devemos esquecer, é que ela só agora aconteceu. No último terço do campeonato. Verdade que significa que esgotamos a nossa margem de conforto. Contudo para a esgotar, foi necessário adquiri-la. Com competência, arte e querer.

Sérgio Conceição poderia seguir o caminho fácil da desculpabilização e pieguice do seu congénere de Alvalade. Teria até mais razões do que ele, se comparados os investimentos para esta temporada, e o nome dos lesionados. Contudo, corajosamente tem abdicado desse "direito". Por tudo que tem feito, por todas as duras dificuldades que tem vencido, não merece a nossa descrença. Não merece essa vil traição.

Cumprimentos Portistas.

13 março, 2018

PERDEMOS… GANHOU A MANHA E A ALDRABICE! O PAÍS REJUBILA.


Não, Sérgio Conceição não é o treinador perfeito, comete erros, nem sequer foi uma escolha consensual para o cargo de treinador do FC Porto, disto estaremos todos de acordo.

Mas acho verdadeiramente incrível ler e ouvir algumas das críticas a Sérgio Conceição após a primeira derrota da época numa pocilga pequena e encharcada. Escolheu mal o onze?!?! Errou na abordagem tática?!?! Sinceramente tudo isto me dá enorme vontade de vomitar. O FC Porto sem 5 titularíssimos, dois dos quais fundamentais na manobra ofensiva da equipa (Soares e Marega), sem o seu melhor defesa e sem o seu melhor médio, queriam que Sérgio escolhesse que jogadores? Oliver em vez de André André… O espanhol tem feito uma época muito abaixo do que pode e sabe fazer, num terreno encharcado frente a uma equipa que fez tudo menos querer jogar futebol, não creio que adiantasse muito mais do que André André, apesar deste também não ter jogado bem.

Por mais que me esforce, não consigo apontar nada ao treinador nesse caso concreto, nem em termos táticos, nem na escolha dos jogadores, dados os enormes constrangimentos com que se tem debatido ao longo das ultimas semanas, sem nunca se ter queixado, contrariamente a outros treinadores com folha salarial bem melhor que a de Conceição.

É simplista dizer que foi apenas um dia mau, e que algum dia haveria de aparecer a derrota mas sejamos totalmente sérios e honestos connosco próprios: em 125 anos de história o FC Porto nunca acabou uma época invicto nas provas internas, muito dificilmente seria justamente este ano em que tal aconteceria, com todos os constrangimentos que se conhecem, nomeadamente os financeiros com óbvias implicações na construção do plantel, uma fatura que apenas uma pessoa está a pagar (depois de tanto dinheiro mal gasto nos últimos anos!)!

É verdade que do ponto de vista teórico, tínhamos todas as condições para levar de vencida aquele jogo naquele pantanal, e que podíamos ter jogado bem mais e melhor, mas não é honesto esconder os vários fatores específicos (nomeadamente os climatéricos) em que decorreu o jogo.

Por mais que façamos o pino, que viremos e reviremos o que se passou, Sérgio Conceição teve 1000% de razão em tudo o que disse, quer na flash interview, quer na conferência de imprensa. Já disse isto mais de mil vezes e repito-o sem nenhum problema ou complexo, todas as equipas têm o direito de utilizar as táticas que entenderem, sejam eles autocarros de 9 defesas ou táticas suicidas de 9 avançados. O que as equipas, sejas elas quais forem, não têm é o direito de serem manhosas e aldrabonas, com o único objetivo de simular e enganar do primeiro ao ultimo minuto do jogo.

À parte de todas as nossas óbvias responsabilidades no mau jogo realizado, há jogadores do Paços de Ferreira que deveriam ter vergonha na cara por aquilo que repetidamente fizeram a partir do minuto em que marcaram o golo. Ultrapassaram-se todos os limites da decência, exagerou-se até ao nível máximo do nojo, não é possível pensar-se que vale tudo para sacar um mísero ponto ou uma vitória que tire uma equipa da linha de água. Uma coisa é uma equipa defender em bloco baixo, tentar baixar os ritmos de jogo durante a maior parte de um jogo, e depois nos últimos 5/10 minutos simular uma ou outra lesão. Outra coisa completamente diferente é ver jogadores a simular lesões aos 25 minutos de jogo e isto prolongar-se e acentuar-se durante os 90 minutos de jogo. Claro que se o resultado não lhes é favorável, acabam num ápice as lesões, as manhas, a aldrabice e tudo o que sejam táticas nojentas de enganar tudo e todos. Só vejo duas formas de tentar atenuar essa nojeira: árbitros darem mais minutos de compensação (porque não 10 minutos?!?!) e toda a gente expor ao ridículo jogadas como aquela em que sem ninguém lhe tocar, o GR pacence se atira para o chão, rebolando-se e fazendo parar o jogo mais uns minutos.


O país rejubila com a derrota (finalmente!!!) do FC Porto ao fim de longos e intermináveis 35 jogos mas numa analise séria aquilo que se viu foi tudo menos um jogo de futebol sério, em que duas equipas querem jogar, cada uma com as suas armas e estratégias, mas a quererem jogar futebol.

É dilacerante constatar que perdemos pela primeira vez na época perante uma equipa medíocre e ordinária que sobretudo pretendeu não querer jogar futebol a partir dos 20/25 minutos de jogo. Mas infelizmente é a realidade que temos. Foi-se toda a margem de erro que ainda tínhamos na liderança do campeonato. A partir de agora todos os jogos, com exceção do jogo do galinheiro, apenas têm um resultado possível se o FC Porto quiser ser campeão: a vitória. Ao contrario do que já li por aí não acredito que o nosso rival mais direto perca pontos em 6 dos 8 jogos que faltam, os jogos contra os pequeninos da liga são limpinhos para o nosso rival. Depois eles têm os 2 jogos, 1 contra nós e outro contra o rival da 2ª circular, aí sim jogos com alguma probabilidade de poderem perder pontos. Ainda assim, a partir de agora, é bom que a consciência plena seja a de que qualquer ponto perdido pode ser o fim de um objetivo que já pareceu tao perto e agora parece bem mais longe.

PS: Apesar do tom do post e da muita tristeza e deceção após a derrota na pocilga de paços, continuo a acreditar que é possível sermos felizes em maio. Nos últimos 4 anos, nunca estivemos tâo perto do sucesso, de ganhar algo e de terminar uma época com possibilidade de ter um futuro risonho, com um treinador competente e totalmente enquadrado no clube. No futebol quando as coisas são bem feitas, pode não se ganhar nada uma ou duas épocas, mas mais cedo ou mais cedo o rumo vai dar resultados muito positivos, as vitorias surgirão e as conquistas de troféus serão uma consequência natural do trabalho que se faz. Sérgio Conceição mais do que ninguém merece este ano ser o treinador responsável pela quebra da maior seca de títulos da era Pinto da Costa, ou ganhando a taça ou conquistado o campeonato, ou num cenário épico conquistar a dobradinha. Sim, dado tudo o que tem acontecido, as condições em que se iniciou esta época, os constrangimentos financeiros, etc, etc, conquistar a dobradinha daria direito a entrada no museu, com estátua e tudo!

PS2: Dois dos principais responsáveis pelo nojento e execrável anti-jogo pacense, o seu GR e o seu treinador tiveram a distinta lata de no final do jogo abrirem a retrete e falar de profissionalismo, seriedade e do incómodo em relação às polémicas do futebol português. Ao treinador uma palavrinha, o desejo do pior possível em termos profissionais e que no último jogo do campeonato percas a possibilidade da manutenção frente a uma equipa cujo GR perca 50 minutos a receber tratamento medico por simulação de lesões. Ao GR, que a nojice dos teus atos um dia se vire contra ti, porco de m****!!!!


11 março, 2018

MAU DEMAIS!


PAÇOS FERREIRA-FC PORTO, 1-0

Aí está a primeira derrota da época do FC Porto nas competições internas. Algum dia teria que acontecer e aconteceu esta noite. Mas não deixa de ser mau demais ter acontecido na fase da época em que nos encontramos presentemente.


Em momentos de grandes decisões, o Dragão sabe que tem pela frente obstáculos complicados. Vencendo esta noite dava um importante passo rumo ao título. Não aconteceu e o Dragão, apesar de se manter na liderança, permitiu que agora o seu rival directo dependa também apenas de si próprio para chegar ao título. A vantagem confortável esfumou-se e a partir daqui os portistas terão que fazer pela vida. Olhar para os 8 jogos que faltam e vencê-los.

A Mata Real começa a ser bastante agreste para o Dragão. Nas últimas épocas, o FC Porto tem encontrado sérias dificuldades para sair de lá com sucesso. Pelo contrário, tem averbado algumas derrotas e pelo terceiro ano consecutivo, o FC Porto não consegue vencer para a Liga NOS.

Não vou falar do jogo em si porque esse, parafraseando o nosso treinador, não existiu. E não existiu mesmo. O jogo propriamente dito resumiu-se a um golo da equipa da casa pouco depois da meia hora da etapa inicial e a uma grande penalidade desperdiçada por Brahimi aos 67 minutos que estava prevista ser convertida por Sérgio Oliveira. Mas este acusou a pressão e passou a responsabilidade ao argelino.


De resto, na primeira parte surgiu um FC Porto muito pobre e na etapa complementar apareceu um Paços de Ferreira a praticar um anti-jogo vergonhoso com a complacência e o contributo do paixão de serviço, o homem que ficará para sempre ligado a um dos maiores escândalos do futebol em jogos realizados em solo nacional. O futebol português saiu lesado. O Dragão, apesar de fazer um jogo sofrível, criou algumas oportunidades.

Mas os dragões têm de fazer mea culpa perante o que lhe aconteceu. Estando avisados e bem conscientes para as situações de anti-jogo e para as arbitragens demasiado habilidosas, os azuis-e-brancos sabem que têm que entrar com grande determinação, muita intensidade e agressividade em níveis elevados para derrubar os adversários. Caso contrário, só por sorte ou por golpe de génio é que os Dragões poderão vencer as suas partidas.

Sérgio Conceição não me parece que tenha feito as melhores opções para este jogo, perante o campo pesado e perante as ausências já conhecidas. Mas isso é apenas a minha opinião e fico-me por aqui neste capítulo.


Quero, no entanto, manifestar aqui o meu repúdio em relação às posturas inconcebíveis de Mário Felgueiras e de Assis (ambos jogadores da equipa da casa) que, sobretudo na etapa complementar, simularam constantemente lesões para quebrar o ritmo de jogo e promover as perdas de tempo. Quero também registar o comportamento por parte do treinador da casa que foi um nojo, dando indicações aos seus jogadores para fazer tudo, menos jogar à bola.

E, para terminar, não quero deixar de me referir ao habitual folclore e espectáculo deprimente do árbitro Bruno Ladrão, perdão, Paixão que jogo após jogo, semana após semana, época após época ainda consegue, ao fim de tantos anos, surpreender-nos com as suas actuações miseráveis e degradantes. Compactuou com o anti-jogo escandaloso do Paços de Ferreira, não compensou devidamente o tempo perdido pela equipa da casa e a cada queda dos jogadores que vestem de amarelo assinalava sempre falta contra o FC Porto.

Marcou uma grande penalidade a favor dos Dragões? Marcou, sim senhor! Ter-lhe-á passado, provavelmente, pela cabeça o jogo de Campomaior há 18 anos atrás quando escamoteou quatro grandes penalidades a favor dos portistas. E com peso na consciência, se é que ainda a tem, lá marcou e bem a respectiva e clara grande penalidade sobre Felipe.


Hoje, repito, foi mau demais! Foi o jogo, foi o péssimo relvado, foi a equipa do Paços de Ferreira, foi o árbitro e foi, inevitavelmente, a equipa do FC Porto. Espero que este jogo sirva para definitivamente abrir os olhos a toda a equipa, de modo a encarar as 8 finais que faltam com espírito de conquista e de vitória.

O FC Porto regressa à competição no próximo Sábado frente ao Boavista no Estádio do Dragão. A partir de agora os Dragões terão mais tempo para preparar melhor os jogos, uma vez que os jogos a meio da semana praticamente terminaram. A excepção será dia 18 de Abril a contar para a 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal.

Vamos lá vestir o fato-macaco e arrecadar aquilo que tanto queremos: O TÍTULO!




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Vamos continuar a lutar contra tudo e contra todos”

Antijogo do início ao fim
“Jogar aqui, com estas condições, é difícil. Podíamos e devíamos ter feito mais, é verdade, mas depois do golo não houve mais jogo. Estou desiludido. Houve demasiado antijogo e o árbitro permitiu paragens constantes. Não sei se isto era estratégia, ou não, do nosso adversário, mas não me lembro de estar presente num jogo assim. Não gosto de perder, mas foi incrível, com jogadores constantemente no chão. Gostava de saber qual foi o tempo útil de jogo, mas acredito que não tenha sido mais do que 20/25 minutos.”

Tudo pelo pontinho
“O tempo de compensação foi curto, sem dúvida nenhuma. Não se jogou praticamente. Falhámos um penálti e outras ocasiões que normalmente não falhamos, é verdade, mas vale tudo para conseguir um pontinho. Hoje, o Paços de Ferreira até conseguiu três. Foi uma vergonha e nós fizemos parte dessa vergonha. Como treinador, assumo a minha culpa. Agora vamos analisar o que correu mal e trabalhar durante a semana para vencermos o próximo jogo.”


Faltou (a) dinâmica num espetáculo horrível
“O meu desagrado é geral. Toda a dinâmica da equipa não foi a habitual, primeiro pelas condições climatéricas, e depois devido a alguma apatia no início do jogo. Além disso, o tempo útil de jogo foi muito pouco, o que é algo que prejudica uma equipa como a nossa, que joga sempre com muita intensidade e num ritmo alto. Assim fica difícil. Foi um espetáculo horrível.”

Até ao fim na luta pelo título
“A resposta é ganhar o próximo jogo e fazer o resto do Campeonato de acordo com o que fizemos até hoje. Só dependemos de nós. Ainda podemos empatar um jogo e ganhar os outros sete. Vamos continuar a lutar contra tudo e contra todos e no fim fazemos as contas. Vamos chegar ao fim e com certeza vamos conseguir aquilo que toda a gente quer.”

Bruno Paixão
“Há os artistas da arbitragem e sinceramente não entendo a paciência que ele teve em deixar andar um jogo que era constantemente parado. E depois mostrar dois cartões amarelos nos descontos. Para isso, mais vale não mostrar.”



RESUMO DO JOGO

06 março, 2018

MAR AZUL.


LIVERPOOL-FC PORTO, 0-0

Um mar azul alagou a cidade dos Beatles. 3000 portistas promoveram o portismo, o clube e deram mais uma prova cabal de que a equipa jamais estará sozinha. Aquele “chavão” que o Liverpool usa no seu emblema “You Will Never Walk Alone” aplica-se ao FC Porto na perfeição. Os adeptos dos Dragões foram enormes. Calaram Anfield Road quase desde o início ao fim do jogo.


Visto como um dos estádios mais empolgantes da Europa, embora nos últimos anos dizem-me que já não é a mesma coisa, Anfield Road foi para os aficionados azuis-e-brancos um palco fantástico durante todo o encontro. Aqui presto a minha homenagem à moldura humana que esteve ontem no estádio que me contagiou e arrepiou em alguns momentos.

O FC Porto entrou no campo para defrontar uma equipa superior e a jogar com um resultado adverso de 5-0 na 1ª mão, consciente de que a eliminatória estava sentenciada. Apostou num onze com muito poucos titulares: Casillas e Felipe foram as excepções e, presentemente, Aboubakar não se pode considerar um titular absoluto.

Por outro lado, Sérgio Conceição deu oportunidade a jogadores com menos minutos, promovendo uma estreia absoluta: Bruno Costa, o jovem da equipa B, que fez um jogo sensacional como se andasse há algum tempo por estas andanças. Dalot foi outro jovem da cantera que, após o jogo com o Sporting, se manteve na equipa titular.


Casillas manteve a baliza. Na defesa apenas entrou Reyes para o lugar de Marcano em relação ao último jogo. O meio-campo ficou a cargo de A. André, Óliver e o já citado Bruno Costa, no apoio a Corona, Waris e Aboubakar que formaram a frente de ataque.

O FC Porto fez um jogo em que deu prioridade à boa organização defensiva, com marcações à zona e procurando não cometer erros, nem dar espaços ao seu adversário. O Liverpool, apesar de algumas poupanças, não foi muito intensivo no ataque mas criou uma ou outra oportunidade, com destaque para uma bola no poste de Casillas aos 18 minutos.

Em contrapartida, os Dragões, na etapa inicial, ficaram-se por duas ameaças à baliza inglesa. Primeiro Waris que deixou escapar uma bola em profundidade e depois Aboubakar que não interceptou um lance em que ficava em boa posição para rematar à baliza.


Na etapa complementar, o FC Porto procurou chegar mais à baliza contrária, sem no entanto deixar de ter cuidados defensivos. Numa luta a meio-campo, Waris ganhou a bola, progrediu pelo miolo e já perto da grande área rematou forte e colocado para defesa do guardião contrário para a linha do fundo. O jogo continuou a ser muito disputado no meio-campo e a velocidade moderada.

Sérgio Conceição começou a fazer substituições. Saiu A. André (amarelado) para a entrada de Sérgio Oliveira, Waris, aparentemente fatigado, cedeu o lugar a Ricardo Pereira e Aboubakar foi substituído por Gonçalo Paciência.

Sérgio Oliveira ainda ameaçou num remate que foi desviado por um defesa contrário, mas Corona é que, numa jogada individual, esteve perto do golo com um remate defeituoso. O Liverpool criou muito perigo num remate de Salah para defesa de Casillas e perto do final, Óliver, para o FC Porto, desperdiçou a melhor oportunidade dos Dragões e Ings, para o Liverpool, cabeceou para a defesa da noite de Casillas.


O jogo terminou pouco depois com uma grande ovação e manifestação de apoio da massa adepta azul-e-branca à equipa. O jogo serviu para o FC Porto defender o prestígio granjeado em tantos anos na prova, sabendo também que está preparado para encarar a recta final da época com o único objectivo de vencer as provas em que está inserido. O resultado sem golos serviu, de certa forma, para atenuar o desastre da 1ª mão.

Destaques finais para Casillas, Felipe e para os jovens Dalot e Bruno Costa que assinaram exibições muito interessantes. Mais uma palavra para o imenso Mar Azul que percorreu as ruas de Liverpool e se apresentou no estádio como se estivesse a vencer a eliminatória, o que contagiou tudo e todos à sua volta.

O FC Porto regressa às competições internas já no próximo Domingo com uma deslocação à Capital do Móvel para defrontar um sempre complicado P. Ferreira. O jogo diz respeito à 26ª Jornada da Liga NOS e uma vitória é, seguramente, obrigatória.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Fizemos um jogo muito digno”

Jogo digno e parabéns aos jogadores
“Acho que foi um jogo muito digno da minha equipa. Com algumas alterações, porque a maior parte dos jogadores que jogaram nem têm sido dos mais utilizados. Tenho que lhes dar os parabéns, porque só trabalhando como eles trabalham é que podem chegar a estes jogos e conseguir dar uma resposta tão positiva. E houve muita coisa positiva hoje. Tenho pena do desnível que houve no primeiro jogo. Acho que as duas equipas mereciam um jogo decisivo aqui. Mas tivemos um mau dia e o adversário soube aproveitar bem. Hoje foi um jogo muito equilibrado, dentro da gestão natural do Liverpool e das mudanças que nós fizemos. Há que realçar também o Bruno Costa, o Gonçalo Paciência e o Diogo Dalot: jogadores da formação, que mostra que nós estamos atentos ao trabalho do Folha, na equipa B, e do João Brandão, nos Sub-19.”

Resultado ajusta-se
“Na primeira parte criámos uma ou outra situação que poderíamos ter definido melhor. Na segunda parte o Liverpool também teve uma ou outra oportunidade, mas nós também. Foi um jogo em que se pode aceitar o zero a zero, mas no qual realço a boa resposta dos meus jogadores, que cometeram menos erros do que no primeiro jogo.”


Em campo os 11 que davam mais garantias
“Da mesma forma que depois da derrota com o Liverpool tivemos três resultados positivos, este empate também não vai afetar em nada. Havia jogadores fatigados e que corriam o risco de se magoarem aqui e eu tive que pensar um pouco naquele que é o nosso grande objetivo, que é o campeonato. Sei que não se preparam dois jogos ao mesmo tempo, mas entre um jogador que está diminuído e um jogador que treina e trabalha bem, escolhi o 11 que me dava mais garantias para hoje.”

Sem comentário extrafutebol
“Ainda não vi as notícias hoje. Estava muito difícil no hotel, muito sinceramente, e ainda não vi. Estava muito ocupado a preparar este jogo, mas sobre esse assunto [detenção de Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica] também não tenho comentários a fazer.”



RESUMO DO JOGO

DISCO RISCADO.


Decerto que todos vós já passaram, alguma vez na vida, por aquela situação irritante da nossa mente empancar numa qualquer música ou refrão detestável, e termos que aguentar impotentes à repetição ad-eternum dos mesmos acordes ou cantilena.

Pois bem, para um portista que já ultrapassou a barreira das quatro décadas, o que se passou na passada semana foi o "bom" e velho disco riscado de desvalorizações e calúnias, que os nossos rivais lisboetas, e seus sequazes dos media, sempre colocaram em momentos de superioridade incontestável do FC Porto. Desde a novela de faca e alguidar em torno do Gelson, até ao argumento de ficção científica pseudo-kafkiano de uma imaginária viciação do resultado da 2ª parte do jogo com o Estoril, de tudo valeu um pouco para nos tentar desestabilizar. Aliás, a previsibilidade alfacinha é tanta, que na minha última crónica tinha finalizado desta forma "Por diferentes razões teremos um país a torcer contra nós. Um país que irá criar todo o ruído para nos desconcentrar e desunir. Um país que irá fazer de tudo para falharmos."

Pena o Euromilhões ser bem mais difícil de acertar.

Desconstruindo ambas as situações temos que:
  • Depois de uma absoluta infantilidade do Gelson Martins, ao forçar literalmente a expulsão no jogo contra o Moreirense, tivemos uma semana surreal no enaltecimento da atitude do Gelson, no pobre Gelson, no humano Gelson, no corajoso Gelson, nas leis injustas. Caramba, só faltou o PAN entrar com uma proposta-lei no parlamento para defesa de espécies ameaçadas, nomeadamente a dos neurónios em extinção nos jogadores de futebol. À última, o Sporting ainda tentou testar a comoção dos juízes do conselho de disciplina, que inacreditavelmente ficaram-se pelo "Nim". Aceitaram o protesto sportinguista, contudo mantiveram o castigo. Já para jogadores portistas, bem que podem ser abalroados por árbitros (Danilo), ou ser expulsos por incompatibilidades de idiomas (Brahimi), que não há "nims", nem sequer uma mínima palavra de apreço.

  • Houve uma clara tentativa de mostrar um Sporting fragilizado, passando o ónus da responsabilidade da vitória para o FC Porto. Querem mais desonestidade intelectual do que esta? Para começar, e falando em titulares indiscutíveis, as faltas eram de 5 portistas (Alex Telles, Ricardo, Tiquinho, Danilo e um inferiorizado Aboubakar) contra 3 sportinguistas (Bas Dost, Gelson e Piccini). Entre as 2 duplas de avançados, apenas 1 golo as separa (38 contra 37) com vantagem leonina. Pelo que por aqui, estamos falados quanto ao impacto no ataque que a falta destes jogadores fazem a ambas as equipas. No entanto, foi estranhamente omitida a importância que Telles e Ricardo têm na manobra ofensiva portista. Colocar um veterano, e um Júnior nos lugares do melhor assistente e do melhor lateral direito da liga, por muita qualidade que tenham, nunca é a mesma coisa.

  • Por fim, numa equipa que se reforçou com jogadores do Barcelona, Real Madrid, um clube que adquiriu jovens promessas portuguesas e brasileiras, fora uns quantos mais para encher plantel, não se compreende o "choradinho" do cansaço, ou da falta de opções no plantel. Que diremos nós, cuja única contratação real foi um guarda-redes para reforçar a bancada, mais três jogadores no mercado de inverno, que apanharam uma locomotiva em velocidade desenfreada.
Bem mais rasteira do que as congeminações futebolísticas acima descritas, foi a cobarde insinuação de compra do resultado do jogo com o Estoril. Cobarde, porque ao contrário de Francisco J. Marques, que tem sido o rosto principal na denúncia às práticas corruptas benfiquistas, o indivíduo que avançou com esta queixa preferiu a obscuridade da sombra para o fazer. Cobarde, porque ao contrário das acusações fundamentadas em documentação e factos divulgadas no Porto Canal (entre outros), esta denúncia é um claro tributo a tempos em que à Santa Inquisição ou à PIDE, bastava o sussurro de uma borboleta para condenar um inocente. Cobarde, porque é uma mentira reles! Basta a simples análise das datas dos documentos originais, para remeter para o campo da cartomancia, o conhecimento das incidências que o Estoril - Porto iria ter. Em Novembro de 2017, data da factura, o jogo seria mais um, entre os muitos que as duas equipas já disputaram. Como prova da inocência portista, temos também a página 54 do recente relatório de contas, em que já assinalava o valor em questão... antes sequer da denúncia ser feita.


Infelizmente, continuamos a ter que aguentar a podridão de um país onde transferências injustificadas entre Benfica e Belenenses, continuam a passar entre os pingos de chuva da lei, e da comunicação social, ao passo que a um movimento contabilístico justificado e legal é colocado artificialmente um manto de suspeição.

No domínio da pura especulação, parece-me uma incrível coincidência as tentativas de César Boaventura em colar o FC Porto a actos ilícitos, com esta denúncia. O objectivo é claro. Puxar o clube azul e branco para o lamaçal onde se encontra a colectividade vermelha, arranjando assim os típicos álibis para a incompetência própria, tão do agrado do rebanho benfiquista.

Mesmo assim, contra tudo e todos, a primeira grande batalha está ganha. Sabendo que até ao final podemos perder uma, ou empatar duas, o melhor mesmo é vencer todas e trazer a festa, em Maio, para os Aliados.

Cumprimentos Portistas

*** Atualização ***

"Paulo Gonçalves detido por suspeita de subornos ligado ao caso dos emails"
Já se começa a perceber o porquê de tanta urgência em criar distrações e atirar areia aos olhos.

05 março, 2018

A 24 PONTOS DO OBJETIVO.


Era bom que não fosse necessário tanto, mas a minha sensação é que para ser campeão nacional, o FC Porto, dos 27 pontos em disputa, terá que conquistar pelo menos 24. Terá por isso a margem de erro de uma derrota, nada mais que isso.

A época do FC Porto até ao momento, repito até ao momento, é sem qualquer tipo de exagero, uma época extraordinária, a roçar a perfeição em termos nacionais e boa em termos europeus, uma vez que se conseguiu o apuramento para os oitavos-final da Champions, o objetivo mínimo para um clube como o FC Porto. Vencer 28 dos 34 jogos realizados em solo nacional corresponde a uma percentagem brutal de 82% de vitórias e apenas 6 empates. E já se jogou 4 vezes com o scp, 1 vez com o slb, 2 vezes com o braga, etc, etc.

Mais do que as vitórias obtidas em campo, tem sido evidente nesta longa série de jogos a superioridade do FC Porto a vários níveis relativamente aos vários adversários que vai encontrando, mas a característica deveras mais impressionante do FC Porto da era Conceição é claramente a intensidade! É uma equipa intensa, pressionante, rápida, enérgica, proativa, uma lufada de ar fresco face ao que tinha sido o FC Porto calculista e cerebral sobretudo dos tempos Lopetegui e Espírito Santo, em que muitas vezes o medo de perder ou levar muitos se sobrepunha à vontade de vencer, sem medos, nem receio de ser feliz. Ainda me lembro bem de no ano passado, quando empatamos o jogo no galinheiro da luz, em vez do FC Porto de NES tentar ganhar o jogo e resgatar uma liderança que podia significar mesmo o título de campeão nacional, ter preferido resguardar o resultado, encolhendo-se e festejando no final um empate que o mantinha no 2º lugar. O FC Porto pode este ano não ganhar rigorosamente nada (porque o futebol é o que é...) mas de uma coisa estou certo: a perder, será sempre a tentar a ganhar e não com medos ou calculismos para não perder.

Já muitos obstáculos foram derrubados até aqui, terá necessariamente de continuar assim nos últimos 9 jogos do campeonato, jogos que se devem sobrepor claramente a tudo o resto, quer o jogo em Anfield, quer a meia-final da taça de Portugal. As baterias têm de estar 1000% focadas no campeonato, os níveis de concentração e intensidade têm de estar no topo. A juntar a todos os obstáculos naturalmente existentes junta-se uma enorme onda de lesões, lesões atrás de lesões, Marega o último dos quais. Até nisto Sérgio tem sido competente na forma como tem conseguido ultrapassar todos os dissabores, veremos se irá continuar assim até final da época. A verdade é que dificilmente o nível de intensidade altíssimo com que este FC Porto joga acabaria naturalmente por ter como consequências várias lesões, infelizmente tal tem ocorido e em vários jogadores nucleares.

Notas Off-Topic:

1) Não é difícil perceber, basta ter um bocadinho só de massa cinzenta a funcionar, o porquê de tanto histerismo e loucura em torno do estoril vs FC Porto, um jogo em que muitos milhões de pessoas depositaram esperanças em ver o FC Porto finalmente ser derrotado. Creio que já estamos na fase da loucura completa, da construção de realidades paralelas numa fase de total autismo em relação à superioridade que o FC Porto demonstrou até agora no campeonato nacional. O FC Porto recebeu uma fatura em novembro datada do dia 26 de outubro-2017. No R&C do 1º semestre 2017/2018, divulgado no dia 28 de fevereiro-2018, constam os principais saldos de fornecedores relativos a dívida corrente e não corrente a 31 de dezembro de 2017, no qual se destacavam dívidas a 3 equipas do campeonato português: 784.000€ de dívida corrente ao Estoril Praia, 3.750.000€ de dívida corrente ao Sporting Braga e 2.000.000€ ao Vitória Sport Clube. No dia 14 de fevereiro 2018 é efetuado o pagamento integral da fatura emitida pela Estoril em novembro-2017. No dia 1 de março, surge então a denúncia anónima relacionada com a compra do jogo Estoril vs FC Porto por um suposto pagamento após o jogo. É oficial, entramos mesmo no reino da loucura, da imaginação, da ficção misturada com a realidade! Aposto com vocês que quer o jogo do Braga, que já ganhamos no Dragão, quer numa eventual vitória nos Barreiros surgirão naturalmente denúncias anónimas relacionadas com transferências de dinheiro do FC Porto para o Braga e para o Marítimo. É que o FC Porto a 31 de dezembro de 2017 tinha dívida corrente com esses mesmos 2 clubes... Sugiro uma coisa à SAD do FC Porto, epa não paguem as dívidas constantes do R&C resultantes de faturas que outros clubes vos enviam.

2) Como é evidente, os histéricos aziados que tanto gritaram incrédulos questionando como seria possível uma equipa marcar 3 golos em apenas 45 minutos no Estoril vs FC Porto, não questionaram quando o Rio Ave sofreu 5 golos em apenas 45 minutos num estádio que às vezes apaga a luz e acende a rega, nem questionaram como seria possível o Braga enfiar 6 golos ao mesmo Estoril na Amoreira? Pois...

3) Nunca é demais relembrar para os mais esquecidos mas aqui vai e em caps lock: EXISTE UM, UM APENAS, CLUBE PORTUGUÊS INVESTIGADO PELO DIAP POR UM PROCESSO DE CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, E OUTRO PROCESSO DE VICIAÇÃO DE RESULTADOS!!!! Por mais histerismo e nervosismo que haja esta é que é a verdade nua e crua!!

4) Nestes últimos 2 meses e meio vai-se fazer tudo, mas tudo mesmo, para impedir aquilo que parecia impossível no inicio da época, haver um clube que ousasse impedir o desígnio nacional do penta tão ambicionado por tantos milhões. Temos de ser fortes e aguentar tudo nesta reta final. Mais do que nunca, a expressão SER PORTO tem de ser transportada para dentro do campo, por jogadores, treinador e adeptos!!!