21 dezembro, 2017

FESTIVAL DE FUTEBOL E DE DESPERDÍCIO.


FC PORTO-RIO AVE, 3-0

O FC Porto que defrontou esta noite o Rio Ave foi uma equipa completamente transfigurada no que concerne à forma com encara esta prova. O Dragão desvalorizou sempre a Taça da Liga, aproveitando a prova para rodar jogadores.

Mas este ano o “chip” terá mudado. Sérgio Conceição faz questão de mostrar que está em todas as provas para vencer e a tão propalada rotatividade não é colocada em prática, visto que a equipa portista tem um plantel relativamente curto.

Depois de 8 jogos consecutivos sem vencer na prova, os Dragões entraram com tudo e deram um festival de futebol e de desperdício a cerca de 30.000 espetadores que viram in loco o jogo e a mais uns milhões que assistiram pela tv.


Nos primeiros minutos, o FC Porto falhou três oportunidades soberanas para abrir o marcador com a mais escandalosa a ser desperdiçada por Soares com a baliza completamente escancarada.

Mas aos 11 minutos, Soares redimiu-se. Jogada de pressão da equipa azul-e-branca que recuperou a bola à entrada da grande área contrária, Brahimi deu para Herrera que de calcanhar assistiu Soares e o brasileiro inaugurou o marcador.

A ordem de Conceição era para fazer pressão bem alta, junto à grande área vila-condense. O Rio Ave gosta de sair com a bola controlada desde o seu Guarda-redes e isso implica custos. Perante uma equipa muito mais forte, os vilacondenses não abdicam do seu modelo de jogo e os erros e perdas de bola acentuam-se, originando golos para o adversário.

Por outro lado, o FC Porto deu a iniciativa ao adversário e quando a bola não era recuperada perto da grande área vila-condense, tornava-se inevitável que fosse no meio-campo. E depois a bola era endossada em profundidade para os homens rápidos do FC Porto como é o caso de Marega. Foi assim que os Dragões chegaram ao segundo golo aos 22 minutos.


Rúben Ribeiro e Geraldes perderam a bola perto do meio-campo, Brahimi recuperou e lançou Marega. Cássio saiu da baliza mas o maliano foi mais rápido, ultrapassou o guardião contrário e só teve que empurrar o esférico para a baliza deserta.

As oportunidades surgiam umas atrás das outras com desperdícios incríveis de Soares, Marega, Herrera e ainda uma bola enviada por Danilo de cabeça ao poste da baliza de Cássio.

Se o resultado ao intervalo ditasse um 7-0 ou um 8-0 seria perfeitamente justificado. O FC Porto exerceu uma intensidade tão grande e uma agressividade alucinante sobre um Rio Ave que chegou ao descanso com 64% de bola mas completamente perdido e a agradecer à sorte não estar a ser estrondosamente goleado pelos Dragões.

No regresso do intervalo, o jogo foi mais do mesmo. Espetáculo dentro das quatro linhas com o Rio Ave a fazer muita circulação de bola mas a cair inevitavelmente no erro de perda da mesma em zonas perigosas. O Dragão estava completamente extasiado e demasiado sôfrego com a baliza. Não foi surpresa que os portistas tenham desperdiçado três grandes oportunidades logo nos minutos iniciais.


Soares e Marega por duas vezes frente a Rui Vieira, que, entretanto, tinha substituído Cássio por lesão, perderam o ensejo de ampliar o resultado. Os azuis-e-brancos continuaram com o pé no acelerador no assalto à baliza de Vila do Conde mas a bola não entrava ou os jogadores azuis-e-brancos não tinham a calma necessária na hora de rematar à baliza.

O Rio Ave só conseguiu reagir à entrada para o último quatro de hora com um par de remates que Casillas defendeu ou acompanhou sem grandes problemas.

Entretanto Sérgio Conceição operou as substituições. Saíram Soares, Brahimi e Corona e entraram Aboubakar, André André e Layún. Danilo foi expulso por descarregar a sua frustração numa bandeirola de canto e o FC Porto jogou os últimos 10 minutos em inferioridade numérica.

O Dragão continuou a desperdiçar oportunidades de golo. Marega e André André perderam o 3-0 e foi aos 90 minutos de jogo que, em mais um dos muitos lances perigosos, Aboubakar isolou-se para a baliza e foi rasteirado por trás com a falta a começar antes da linha da grande área e a terminar já no seu interior.

O jogador do Rio Ave, Pelé, foi bem expulso e Aboubakar converteu o castigo máximo dando um pouco de justiça ao resultado. André André antes de terminar, apareceu na área a corresponder a um cruzamento de Layún mas a bola saiu ao lado da baliza contrária.


Quanto ao "Ferrari" que deambulou pelo relvado do Dragão, mais parecia um calhembeque abandonado numa qualquer sucata algarvia. Tenho a lamentar mais uma desastrosa atuação deste senhor que veio para estragar o espetáculo e tomou decisões erradas com bastante frequência.

Anulou mal alguns lances de jogadores isolados para a baliza vilacondense, não assinalou uma grande penalidade contra o Rio Ave por uma mão na bola na primeira parte, mostrou dualidade de critérios na exibição de cartões e quis, no fundo, mostrar serviço ao chefão. Impondo o seu excesso de zelo, ainda teve dotes para expulsar Danilo, que mais não fez do que descarregar uma frustração própria de quem estava com níveis de adrenalina no máximo, mas que não prejudicou ninguém. Falta de bom senso total!

O FC Porto vai partir para cinco dias de folga, correspondente ao período da quadra natalícia, e regressa aos trabalhos no dia 27 para preparar o jogo da terceira e última jornada da Taça da Liga frente ao Paços de Ferreira que poderá carimbar o passaporte azul-e-branco para a Final Four a realizar-se em Braga entre 20 e 27 de Janeiro do próximo ano.

Aos portistas e desportistas, em geral, e aos que nos acompanham, em especial, faço votos de Boas Festas para todos.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Não deixamos cair nada”

Exigência a atacar, exigência a defender
“Quando encontramos uma equipa que não abdica da sua identidade e não abdica da sua primeira fase de construção de jogo optamos sempre por fazer uma pressão alta. Tentamos que o adversário não construa e que não seja fiel ao seu modelo. E foi isso que fizemos. Era preciso ser eficaz a defender e a atacar, porque nunca podemos dissociar o processo ofensivo do defensivo. Sabíamos da qualidade do rival o que eles faziam com e sem bola e isso acabou por ser determinante. Tivemos a inteligência de saber como ferir o adversário. Podia ter acabado com uma goleada histórica e é fantástico perceber o que é pedido aos jogadores e ver a resposta que eles dão em campo. Há muitos pormenores que nós identificamos a preparamos que acabam por ser determinantes. Acho que só nos faltou um pouco de eficácia nos últimos 30 metros para dar justiça ao resultado.”

Treinadores diferentes, equipa diferentes
“Cada treinador tem a sua forma de trabalhar as equipas. Penso que o Miguel Cardoso não quer abdicar dos princípios da sua equipa e há outros que o fazem. Depende da estratégia e do que cada treinador passa aos jogadores. De uma maneira ou de e outra já provamos que temos forma de lidar com equipas como o Marítimo, por exemplo, porque também marcámos três golos. O que nós podemos controlar, nós controlamos.”


A expulsão de Danilo
“Não era falta. A expulsão vem de alguma frustração do Danilo. Não houve maldade. Acho que os árbitros devem ser mais compreensivos nestas situações.”

Todos disponíveis, todos comprometidos
“O Soares está disponível, como estão os 24 jogadores. Todos estão envolvidos com este projeto e é por isso que nós estamos a caminhar em todas as competições a um nível muito alto. Ainda não ganhamos nada, é certo, mas após estes cinco meses de trabalho temos um grupo à imagem do que é o FC Porto.”

Na Taça da Liga como no campeonato
“Não deixamos cair nada. Hoje foi a prova disso. Mostramos vontade de ganhar para não deixamos cair esta competição. Foi uma prova. Mostrámos vontade de ganhar para estar nas meias-finais. E é assim também nas outras provas.”

Trabalho e empenho como garantias
“Não vale a pena prometer nada. Só trabalho, rigor e disciplina, com a certeza que vamos dar tudo pelo clube que amamos. E que os portistas tenham um Natal recheado de paz e de amor, porque é isso que faz com que nos sintamos mais próximos de toda a gente.”



RESUMO DO JOGO

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