01 dezembro, 2017

ALGUÉM TEM QUE PÔR MÃO NISTO.


FC PORTO-BENFICA, 0-0

Antes de me debruçar sobre o jogo propriamente dito, tenho que falar sobre tudo o que vai de mal a pior no futebol português. Não vamos a lado nenhum com as coisas que se estão a passar no futebol. Depois de tantas denúncias feitas, depois de tantos factos suspeitos colocados a nú, depois de percebermos que se vive um clima de total desconfiança no futebol português, hoje assistimos a mais outra vergonha no estádio do Dragão.

Os árbitros armados em virgens ofendidas, com ameaças de greve e envolvidos muitos deles no famigerado caso dos emails continuam a ter desastrosas actuações tanto no campo como na Cidade do Futebol. O VAR, instituído no campeonato português esta época, veio mostrar e colocar a nú tudo o que de mal se está a passar neste futebol pouco transparente e pouco sério.

Além disso, este VAR não está a mostrar ser uma solução mas sim mais um problema. Um problema que é, no fundo, uma autêntica vergonha. Depois de, na semana passada, um grande artista com actuações habitualmente duvidosas e permanentemente com erros grosseiros cometidos sempre contra o mesmo, com campo aberto não vê um pontapé sobre Danilo na grande área do Aves, o que se pode dizer mais sobre isto?


E o VAR o que está lá a fazer perante este tipo de situações? Há quem diga que o VAR alertou o artista do apito na Vila das Aves e que este ignorou. Há quem diga que não deu a sinalética e o jogo prosseguiu sem sequer haver hipótese de análise do lance.

Porquê? Porque não foi analisado? Obviamente, porque teriam que assinalar a grande penalidade. E assim continua o missal.

Se isto não é assinalado, se isto não é objecto de análise da parte do VAR em cooperação com o juiz de campo então para que serve o VAR? Para nada. Minto. Serve sim! Serve para lançar mais suspeitas sobre a classe de virgens ofendidas. Sim, porque se eles não são suspeitos e não admitem que desconfiem deles ou que os ponham em causa, então têm de ser punidos pela sua incompetência e não podem arbitrar mais.

Esta semana, mais do mesmo no Estádio do Dragão. Os protagonistas são os mesmos de sempre: as virgens ofendidas que de virgens não devem ter nada (200 euros o tempo que quiseres… se for a 3, 400). Os prejudicados também são os mesmos de sempre: o FC Porto. Mais uma data de erros a prejudicar os Dragões num jogo de capital importância e visto no mundo inteiro. É esta a imagem que o campeonato português transmite lá para fora.

E quando ouço na tv os pseudo-entendidos em arbitragem dizer as maiores barbaridades, intencionais ou não já não sei, vejo um pretenso especialista na área do apito dizer que o lance de penalty cometido por Luisão neste jogo é dúbio e por isso o VAR não pode intervir porque só deverá fazê-lo em situações claras. Está protocolado assim? Então para que serve o VAR? Para nada. Mas eu fico completamente estúpido com declarações deste especialista.


Ó Marco Pina, por acaso eu ou as pessoas que acompanham o futebol português têm escrito na testa a palavra OTÁRIO? Mas queres tu passar um atestado de burrice aos comuns adeptos e dar-lhes a palha que pretendes que comam? Ou és tu mais um dos milhentos cartilheiros espalhados por aí?

E já agora tens uma credibilidade do camandro. Quando, no dia do jogo, analisas até à exaustão o lance do central encarnado, dizes que ficam muitas dúvidas no lance e 24 horas depois afirmas que não há penalty. Se queres instituir o otário em alguém, fá-lo em ti.

Um penalty claro não assinalado a favor do FC Porto e um golo limpíssimo anulado aos Dragões são as grandes manchas deste jogo. A comunicação social habituada e instruída a dar palha para burro comer minimiza estes lances e desvia as atenções para outras situações vividas no clássico como a entrada de Felipe ou a invasão de campo de um suposto adepto do FC Porto.

Alguém tem que pôr mão nisto. Alguém tem que ter mão pesada na vergonha que se vive no futebol português e que nos últimos anos tem sido dominado por um polvo que controla e que domina tudo à sua volta. Enquanto isto não acabar e enquanto os prevaricadores não foram levados à justiça, vamos continuar a assistir a estas lamentáveis cenas vividas nos relvados portugueses.

E mais acrescento que estes ambientes e estas poucas vergonhas a que estamos a assistir, vão começar inevitavelmente a ter outras consequências mais graves. E ninguém quer isso com certeza.

Ontem houve uma invasão de campo de um adepto que se lançou contra um jogador encarnado. Quem nos garante que daqui a uns tempos em vez de 1 não serão 10 ou 100 ou até mesmo 1000? A paciência das pessoas tem limites e a revolta manifesta-se perante a impunidade de que alguns gozam neste futebol. Isto pode ter consequências imprevisíveis. Querem isso? Eu não quero claramente.


Ponham mão nisto, analisem e julguem tudo o que se tem passado nos últimos anos neste futebol de podridão e limpem a porcaria toda. Isto é um NOJO.

Vamos ao futebol dentro das quatro linhas que é isso que me faz gostar deste desporto. Ainda sou daqueles líricos que quer acreditar que a verdade no futebol se possa circunscrever ao que se passa dentro do rectângulo de jogo.

No jogo propriamente dito, vimos três cenários ao longo do jogo. O primeiro foi a entrada forte e agressiva do Benfica. Os 20 minutos iniciais do Benfica surpreenderam o FC Porto que não contava com uma postura bem atrevida da equipa do sul. Nesse período, a equipa visitante teve uma oportunidade de golo em que José Sá defendeu um cabeceamento de Jonas.

Depois, um segundo período dos 20 minutos até ao intervalo, os portistas começaram a equilibrar o jogo e foram subindo no terreno. Marega teve um par de arrancadas à baliza contrária e Bruno Varela foi chamado a intervir com defesas apertadas, nomeadamente de Herrera.

O terceiro e melhor momento do jogo foi a etapa complementar protagonizada pelo FC Porto que não deixou o Benfica respirar. 45 minutos de intensidade máxima e de claras oportunidades desperdiçadas, principalmente por Marega que esteve em noite desastrada na finalização. O maliano desperdiçou três oportunidades claras que teriam sido suficientes para bater o Benfica.

E sobre o maliano quero fazer aqui um parêntesis. Moussa Marega nunca foi um jogador acarinhado no seio do Dragão. Alvo de chacotas, inclusive de um clube rival, o maliano sempre resistiu e nunca desistiu. Este ano, muito bem aproveitado por Sérgio Conceição, começou muito bem a época e aproveitou a lesão de Soares para começar a impor-se no plantel azul-e-branco.


Com exibições de encher o olho e golos importantes, o maliano começou a ser visto pelo grosso da massa associativa portista com outros olhos. Passou, inclusive, a ser visto como um jogador importante e muitos lamentaram a lesão sofrida recentemente que o retirou de alguns jogos nomeadamente a difícil deslocação à Turquia.

No jogo com o Desportivo das Aves, Marega regressou à competição e fez mais em 15 minutos do que por exemplo Aboubakar no jogo todo. No jogo com o Benfica, Marega deu dinâmica à equipa, emprestou a sua agressividade e deu tudo pela equipa. Falhou três lances de golo mas jamais pode ser criticado e insultado pelos adeptos do clube como foi e está a ser. Adeptos desses, o clube, a equipa e o Marega dispensam. Tenham vergonha!

Voltando ao jogo. Não foi só Marega a desperdiçar oportunidades. Felipe rematou, em posição privilegiada, a rasar o poste e Brahimi obrigou Bruno Varela à defesa da noite.

O Benfica ficou reduzido a dez perto do final da partida por acumulação de amarelos de Zivkovic mas mesmo assim, a equipa do sul teve uma oportunidade soberana de bater José Sá depois de Felipe cometer uma gaffe do tamanho dos clérigos. O guarda-redes portista fez uma defesa decisiva e corajosa aos pés de Krovinovic.

O jogo terminou com um nulo. O FC Porto perdeu mais dois pontos no campeonato. E quando há uma semana tinha 4 pontos de avanço sobre o 2º classificado, hoje divide a liderança com o Sporting. As graves decisões das arbitragens e a ineficácia da equipa azul-e-branca na hora da finalização, ditaram este cenário. O FC Porto vai ter que continuar a construir o jogo que tem vindo a praticar mas terá que apurar a finalização. Se não o fizer, pode ter a certeza que os artistas decidirão os nossos destinos para o lado contrário.

Os Dragões regressaram de imediato ao trabalho para preparar o decisivo jogo da próxima Quarta-feira com o Mónaco que pode carimbar a passagem dos azuis-e-brancos à próxima fase da Champions League. Vencer é obrigatório.



DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: “Contra tudo e contra todos”

As perguntas que ficam por fazer
“Às vezes fazemos perguntas para ser simpáticos. Porquê que não se falou aqui do lance de penálti claríssimo, que dava o segundo amarelo e a expulsão do Luisão? E porque não se falou do lance do golo mal anulado? Podia ter-lhe perguntado [ao treinador do Benfica]. Temos que ver o jogo no seu todo e as perguntas têm que ser feitas. Se falou da expulsão do jogador do Benfica também tem que falar dos lances determinantes do jogo.”

O domínio no jogo e as situações inexplicáveis
“O Benfica entrou forte no jogo. Nós também, mas a partir dos 15/20 minutos nós fomos a única equipa em campo e volto a dizer: eu quero que os protagonistas sejam os jogadores e os treinadores e, naquilo que eu conseguir, vou fazê-lo. Mas não podemos aceitar semanalmente lances mal analisados por parte da equipa da arbitragem e do VAR. Têm que me dizer de uma vez por todas o porquê. O lance do golo mal anulado até percebo, porque o vídeoárbitro não pode intervir depois do auxiliar levantar a bandeirola, mas o do penálti é claríssimo…e eu pergunto o porquê de não se analisar. Temos que ser mais transparentes e pôr cá fora a comunicação entre o árbitro e o videoárbitro, senão andamos aqui todos aos papéis e o que acontece é uma tremenda confusão. Em cinco dias são quatro pontos. É quase um ponto por dia e assim fica difícil. Neste momento tenho um balneário destroçado e eu pergunto porquê? Obviamente que poderíamos ter mais eficácia e isso faz parte daquilo que nós temos que fazer, mas em todos os momentos do jogo fomos superiores.”


Palavra ao balneário
“Tenho que dar uma palavra forte ao meu balneário e dizer-lhes que tenho a plena convicção, que já tinha há duas semanas, de que nós somos sérios candidatos a ser campeões. Contra tudo e contra todos. Esta equipa deixa-me muito orgulhoso e se este jogo acabasse 4-1 ou 5-1 não era escândalo nenhum. Não há que esconder e ter medo das palavras. Isto chega a um ponto que é demais”.

O ambiente no balneário
“O balneário está triste, desiludido frustrado e revoltado. Essa é a palavra certa. Amanhã começamos o trabalho para preparar o jogo do Mónaco, que também é importante para nós. Daqui a dois dias isto já passou e nós é que ficámos sem dois pontos. O trabalho para eles é muito exigente e temos uma vontade muito grande de ganhar o Campeonato. Quando existem situações que não têm a ver com o jogo jogado eles sentem essa tal revolta por não conseguir ganhar, porque deram o máximo e fizerem aquilo que lhes foi pedido.”



RESUMO DO JOGO

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