09 dezembro, 2016

CUIDADO COM A MONTANHA RUSSA.


Apenas uma semana depois de nos sentirmos num beco sem saída após um novo empate sem golos para a Taça da Liga, eis-nos devolvidos às boas sensações. Uma sequência de 2 jogos diferentes mais igualmente saborosos trouxeram-nos outra cara, mas é este o momento para alimentar euforias ou ficarmos desde já com a certeza de que estamos finalmente no rumo certo? Não.

Valorizar as boas sensações e alimentar o sentimento de insegurança que vemos a crescer nos adversários é obrigatório, mas todo o cuidado é pouco porque se há coisa que aprendemos nos últimos anos é que o FC Porto ganhou uma tendência estranha para viver no fio da navalha, numa montanha russa de resultados que nos levam frequentemente a estados de alma completamente distintos com poucos dias de intervalo.

Domingo temos um jogo que deve ser encarado como uma final de Liga dos Campeões. Será exagerado pensar assim uma vez que se trata de um jogo com o recém-promovido Feirense? À primeira vista admito que sim, mas depois de todas estas emoções fortes das últimas semanas e com um Benfica-Sporting na agenda outra coisa não pode passar pela cabeça que não a vitória, sob pena de darmos um enorme passo atrás na corrida ao lugar que pretendemos.

Para quem se deixou empatar nas vésperas e no jogo seguinte ao clássico com o Benfica, também ele objecto de um empate obtido da forma mais amarga possível, todo o cuidado é pouco para não desperdiçar esta nova vida. A estrondosa queda dos vermelhos na Madeira, somadas às dúvidas que lhes trouxe uma miserável exibição na “final” com o Nápoles, põe sob pressão uma equipa que parecia definitivamente lançada rumo a um impensável tetra campeonato. A festa após o golo no Dragão e as atitudes que se seguiram pressupunham um clima de pré-festa, fazendo lembrar o célebre dia em que os vimos na Madeira a festejar, no entanto a realidade diz-nos outra coisa: eles não são intocáveis nem sequer valem metade do que se afirmava por aí à boca cheia.

Quanto ao outro adversário, já sabemos do que a casa gasta. Liderados por um indivíduo que tem tanto de bom treinador como de pessoa instável, têm andado num autentico turbilhão de momentos bons com outros assim-assim, num retomar clássico da velha tradição verde e branca. Irão à Luz sob pressão e a nós interessa-nos que pelo menos não percam esse jogo, sabendo à partida que mesmo saindo de lá na liderança terão provavelmente muito mais dificuldades de se manterem firmes do que o outro rival da capital. Para reforçar a ideia de que o sucesso dos verdes na Luz é o menos mau para nós devo acrescentar que o título verde é muito menos difícil de engolir do que um inacreditável tetra vermelho, mesmo que ambos os clubes me mereçam níveis semelhantes de desprezo.

Posto isto voltemos a nós e à nossa final de Santa Maria da Feira. A nossa vitória neste terreno não nos garantirá nada, no entanto algo que não passe pelos 3 pontos será um balde de água fria quiçá definitivo nas nossas opções de reconquista do Campeonato, que foram alavancadas decisivamente no passado fim-de-semana.

A equipa está sólida, não sofre golos e permite pouquíssimas oportunidades aos adversários, está aparentemente unida em torno do seu treinador que, malgrado algumas opções, está de novo revitalizado junto do universo Portista após o reencontro dos seus pupilos com as balizas adversárias. Depois de dias muito difíceis o momento é nosso, saibamos capitalizá-lo e não voltemos a dar tiros nos pés nos momentos decisivos!

1 comentário:

  1. Creio que todos nós Portistas já estamos vacinados para este tipo de acontecimentos.
    Importa que saibamos que esta equipa tem valor, e que entrar em extremos é desonesto.
    Importante também, é a equipa mentalizar-se do que fez na 4ª-feira e aproveitar este 'momentum'.

    As palavras certas para o que virá serão estas: Andar com os 2 pés no chão e ter sempre os 2 dedos de testa.

    Força FC Porto!!!

    Abraços.

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