12 outubro, 2016

VÍTOR HUGO.


Trago hoje à colação um nome do qual pouco ou nada se tem ouvido falar, isto, apesar do seu trabalho árduo em prol do Futebol Clube do Porto, e muito em particular nos últimos anos, em prol do nosso basquetebol.
Quem é o portista que não conhece Vítor Hugo? Todos seguramente, sejam miúdos ou graúdos, pois este é daqueles ícones marcantes do desporto em Portugal, que por nos terem dado a honra de envergar as nossas cores, marcaram para sempre a nossa história, atravessando gerações e resistindo às modernices de hoje.

Com 53 anos feitos em Abril, foi no hóquei em patins que se notabilizou, onde se estreou com as nossas cores apenas com 16 anos. Fez toda a sua carreira no Porto (exceção feita à época de 1987/88 onde atuou pelos italianos do Novara), onde conquistou 8 títulos nacionais, 5 taças de Portugal, 8 supertaças, 2 Taças dos Campeões Europeus, 2 Taças das Taças e 1 Supertaça Europeia. Fez igualmente uma brilhante carreira na seleção nacional, quer como jogador quer como selecionador, e convém recordar que foi igualmente nosso treinador de hóquei em patins.
É por tudo isto e muito mais que estas linhas não são capazes de descrever que é totalmente merecedor de um conjunto de distinções das quais foi alvo, de onde se destacam os 2 Dragões de Ouro que recebeu, e as 2 medalhas recebidas pelo Governo Português: “Medalha de Mérito Desportivo” e “Medalha de Honra ao Mérito”.
Como justíssimo corolário da sua carreira, é uma das estátuas que figura na entrada do nosso museu, bem como um dos nomes que se encontra no passeio frontal do Dragão Caixa, reservado às estrelas das nossas modalidades.

Mas muito mais do que um passado brilhante, o que me interessa sublinhar é o presente do Vítor Hugo, particularmente o trabalho que tem desenvolvido em prol da modalidade da qual é dirigente, e na qual tem conseguido sucessos recentes de uma dimensão que nem o mais otimista dos Portistas julgaria possível em tão curto espaço de tempo.

Chegou sem fazer muito “ruído”, tornando-se o responsável de uma modalidade à qual não se conhecem ligações enquanto atleta (se cometo aqui algum erro, peço desculpa). Mas nestas coisas do dirigismo, muito mais do que conhecimentos sobre a modalidade, exige-se é Paixão ao que se faz, Vontade de fazer mais e melhor todos os dias, e um Gosto imenso em defender as nossas cores, seja lá de que forma for. Como o Vítor Hugo tem tudo isto em doses industriais, não admira portanto que rapidamente tenham começado a surgir os frutos desejados.

Foi capaz de aliar a isso a humildade de não se pôr em “bicos dos pés”, de não forçar o seu aparecimento “colado” ao crescimento do projeto do basquetebol, e tem deixado que muitos colham os louros de um trabalho que tem em Moncho López uma figura incontornável, mas tem em Vítor Hugo um elemento chave no seu desenvolvimento, na sua autonomia, e na sua crescente profissionalização. No fundo, esta é a postura daquele estilo de dirigismo a que sempre estivemos habituados no nosso clube, de forte liderança e discrição, acompanhados de uma tremenda Disponibilidade à causa e um Amor altruísta, infelizmente, cada vez menos visto para as nossas bandas.

As brilhantes conquistas que têm sido alcançadas e que a todos tem enchido de alegria e orgulho, são a consequência lógica de quem trabalha “à Porto” e de quem tem o “servir o Porto” como máxima. Não são para isso necessários #hastags, frames do facebook, linguagem imprópria ou chavões que nada dizem a quem os profere. Se é verdade que o nosso clube já foi uma escola de jogadores, treinadores e dirigentes, não é menos verdade que temos neste dirigente um fiel seguidor da Cultura, Mística e Identidade que o Futebol Clube do Porto representa.

O Vítor Hugo não precisa rigorosamente nada deste meu sublinhado público, pois não é disso que vive, e também só o faço porque tenho a firme convicção de que o mesmo não vai mudar um milímetro à sua forma de atuação.
De qualquer forma, num tempo onde o Verdadeiro Portismo está em crise no nosso clube, acho que devemos sublinhar aqueles que mantêm uma conduta desinteressada perante os milhões que rolam no desporto, e que continuam a fazer do Amor ao Futebol Clube do Porto a causa de uma Vida.
Atenção que esta postura não é um exclusivo deste dirigente... felizmente existem mais figuras como ele no clube, e que noutras ocasiões terei oportunidade de aqui sublinhar! Hoje é o nome dele que trago ao meu post, pois as recentes conquistas do Basquetebol julgo que assim o merecem. Deixo por isso um enorme cumprimento e vénia a todo o grupo de trabalho da modalidade, personificado na pessoa do seu responsável máximo.

E já agora, para reflexão final, tendo em conta o atrás descrito, será que nos tempos de hoje nos podemos dar ao luxo de ter figuras como esta num lugar tão “escondido”?

Um abraço, e até sábado no sítio do costume!

NOTA – Um forte sublinhado para o nosso Bilhar que continua a somar títulos e conquistas para o nosso Porto. Superiormente liderados há vários anos pelo nosso vice-presidente Alípio Jorge Fernandes, este sábado, foi conquistada mais uma supertaça. Numa próxima ocasião terei também oportunidade de falar um pouco mais de quem muito merece e tem feito por nós!

6 comentários:

  1. Ora talvez esteja aqui uma excelente solucao para suceder a Pinto da Costa.
    Inteligente,culto , com historico no clibe quer como dirigente ,quer como atleta e nao menos importante uma enorme PAIXAO pelo nosso clube, como vemos ha alternativas a Pinto da Costa que inevitavelmente ja acusa o peso da idade e da ja longa caminhada a frente do clube.
    Saudacoes Portistas
    Paulo A.

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  2. Obrigado Norte por este post!
    Revejo-me nele inteiramente! Abraço!

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  3. Infinito Azul12 outubro, 2016

    Se falar de Alípio Jorge Fernandes, convirá documentar-se bem com a figura em causa. Se
    for até aos seus 35 anos de idade, não tem nada para dizer. Depois dos 35 anos de idade, quando descobriu que afinal era portista, então, vou ficar atento ao que escreverá.

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    1. Antes de mais, registo e agradeço a sua preocupação e expectativa face a um eventual post relativo a Alípio Jorge Fernandes.
      Mas pelo que se percebe, conhece melhor do que ninguém a pessoa em questão.
      Quer portanto partilhar connosco essa sua vivência ou vamos ficar a pensar que o seu comentário apenas tinha por objectivo "mandar tiros para o ar" e criar cortinas de fumo?

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  4. É preciso começar a dar a conhecer grandes figuras do F.C. Porto, as quais deverão ter um passado imaculado de portismo. Foi assim que começou o presidente Pinto da Costa como seccionista de uma modalidade dita amadora, salvo erro no Boxe.
    Cumprimentos portistas
    A. Martins

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  5. Muito bem! Inteiramente merecido. Vítor Hugo é uma glória Portista!
    Abraço.
    Dragão Azul Forte (F. Moreira)

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