19 novembro, 2015

MEUS MOMENTOS MAIS MARCANTES... NAS ANTAS.

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Comemoraram-se recentemente 12 anos de estádio do Dragão, um orgulho para todos os portistas pela sua beleza e grandiosidade.
Mas para alguém nascido em 1981, o crescimento fez-se alguns metros acima no jamais esquecido estádio das Antas. Foi lá que cresci, foi lá que me fiz homem, foi em cada centímetro daquele local que aprendi a ser Porto, foi em cada metro quadrado que soube o que era a mística.
Os dias de chuva onde era preciso levar mais umas calças impermeáveis não eram motivo suficiente para nos afastar daquele templo, o frio da pedra onde nos sentávamos era reduzido pela almofada que o meu Pai levava, o aperto dos grandes jogos era o aconchego de quem idolatrava o clube.

Falar de um único momento marcante é injusto e quase impossível, pois não vivi o fim dos 19 anos de jejum, e a caminhada para Viena foi vivida à distância porque o meu Pai me havia convencido que só se podia ir a jogos internacionais depois dos 10 anos de idade.
Mas lembro-me bem do primeiro grande momento em que senti o que era ser Porto, naquela tarde de domingo onde vencemos o Covilhã por 4-2 e ficamos campeões em 1986. Relembro os 6-0 ao Elvas no regresso às Antas após Viena e a enorme festa e todo o estádio. Registo com memórias nítidas um recital de futebol fora do comum na 1.ª jornada de 87/88, frente ao Belenenses num princípio de noite de sábado, onde despachamos os pastéis com 7-1, e a tarde de domingo chuvosa com que nesse ano recebemos Rio Ave e vencemos por 5-0, ficando logo ali Campeões.
O meu primeiro jogo europeu, em 1991 frente ao Tottenham com empate 0-0, ao que se seguiram entre outras, as fantásticas vitórias sobre o Real Madrid por 2-1 em 1999, quando em termos europeus andávamos longe do nosso melhor, e depois aquela noite fabulosa de 2003 na meia-final frente à Lázio (4-1) na caminhada para Sevilha.

Claro que os jogos frente aos grandes rivais sempre foram momento especiais.
Contra os lagartos,o 3-2 de 89/90 onde poderíamos ter goleado depois dos golos do Branco e do Demol, a acabamos a sofrer, perante um estádio repleto de pequenas bandeirinhas azuis e brancas, o que àquela altura era inovação. E a 1.ª jornada de 95/96 em que estivemos tanto tempo a perder, empatamos pelo Domingos, e o mesmo fez o 2-1 já em cima dos 90, num ambiente crispadíssimo pelo presidente lagarto da altura... Pedro Santana Lopes! Por fim, os 4-1 de 2003/04 depois de perdermos a supertaça europeia e quando José Mourinho disse que alguém tinha que pagar a factura... quem a pagou (e à grande) foi a lagartada.
Contra os carneiros, claramente as memórias mais intensas e aqueles jogos onde ao domingo e ao almoço, o meu Pai me obrigava a comer porque “não passava nada”!
Recordo com emoção o de 1988 quando fomos campeões com 15 pontos de vantagem (vitória ainda a valer 2 pontos) com Ivic, em que vencemos 3-0 já com o título conquistado, mas o nosso treinador foi amplamente criticado por ter substituído Fernando Gomes quando o bi-bota ainda lutava pelo melhor marcador com Paulinho Cascavel, à data no V. Guimarães... é que depois de ser substituído, tivemos um penalti convertido por Jaime Pacheco, o que gerou a revolta geral.
Em 89-90 na vitória 1-0 com o golo de penalti do Demol, numa tarde de domingo de quase dilúvio, num período em que qualquer jogo com eles era uma verdadeira guerra dentro e fora do campo.
E aquele domingo à noite de nevoeiro em 92/93, onde praticamente não se via um palmo à frente dos olhos, mas que fielmente nos mantivemos num estádio quase cheio, com João Pinto a falhar um penalti ainda na primeira parte, e depois já perto do fim, Timofte (também de penalti) nos deu a vitória.
Em 94/95, foi talvez aquele que para sempre mais perdurará em mim. Domingo à noite, novamente chuva, arbitragem de José Pratas, e campeonato em plena 2.ª volta. Logo de início, 1-0 pelo nosso defesa central brasileiro Zé Carlos. Mas depois, empate por João Vieira Pinto num lance duvidoso de fora de jogo, e logo depois, ainda na 1.ª parte, a expulsão do Secretário. De repente, senti-me a viver o “fantasma César Brito” poucos anos antes. Na 2.ª parte lá nos fomos aguentando, e foi já no último quarto de hora que o recém entrado Drulovic espetou com ela lá dentro e selou o 2-1 final... que alegria estrondosa que me deixa arrepiado só de escrever.

Tenho muito orgulho no Dragão, mas não deve existir um só dia que não me recordo do meu estádio das Antas, daqueles domingos em que era preciso uma hora para lá chegar, as tremendas filas para comprar bilhetes onde hoje é a Torre das Antas, os muitos treinos a que assisti, as muitas lágrimas que lá derramei, e essencialmente a cumplicidade que lá ganhei com o meu Pai e que ainda hoje não tenho com mais ninguém... obrigado também ao estádio das Antas por isso.

E os piores momentos? Sim, também os vivi, e claramente dois que se destacaram de todos os outros, um mais do que o outro: os 2 golos de César Brito estão no top, seguido da eliminação nos penáltis pela Sampdória.

Um abraço, SEMPRE PORTO.

6 comentários:

  1. esse jogo contra o SCP foi espetacular... já havia pessoal a sair do estádio estavmos a perder 0-1, depois o domingos faz o 1º e derepente começa pessoal a re-entrar no estádio. ainda foram a tempo do 2º também do Domingos. penso que o GR deles era o Costinha e que levava golos do Domingos em todos os jogos que se defrontavam.

    A vitória à Lazio é um momento marcante... mas não terás esquecido da vitória ao Man Utd? grande jogo, com 2 grandes golos do McCarthy ! acho que aí ganhamos a Champions .

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  2. A vitória frente ao MU com 2 golos de Benni foi no Dragão...

    O meu momento mais marcante nas Antas, acho que nem merece discussão, foi o golo de Ademir ao Benfica na época 1977/78 e que nos colocava perto do fim da longa travessia de um deserto de 19 anos.
    Jogos, vi muitas grandes exibições, por ser amais recente, talvez escolha o Porto-Lazio dos 4-1...

    Abraço

    PS - Logo não vou... delego em ti

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  3. NUNO

    Esse jogo (essa eliminatória!!!) jamais será esquecido, mas foi no Dragão...o primeiro jogo europeu do estádio do Dragão!

    Um abraço,

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  4. PRIMO

    Eu fiz questão de dizer que não vivi o fim do jejum, pois acredito que para quem o tenha vivido seja algo absolutamente inesquecível e o mais marcante de todos.

    Até logo!

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  5. Tou como o Vila Pouca... o golo de Ademir fez chorar de alegria uma nação adormecida. Foi aí o despertar do dragão...
    Mas o jogo que mais me enlouqueceu foi o dos 4 golos do Lemos, vocês sabem a quem!!!

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