25 outubro, 2014

BRIGADA DO ASSOBIO

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

A Brigada do assobio é uma peste que invadiu o Dragão nos últimos anos. Portistas mais que qualquer um de nós, verdadeiros mestres da táctica que ao mínimo passe errado fazem ouvir-se da única forma que sabem: assobiando!! Infelizmente já não é a primeira vez que lhes dedico uma crónica. Costumam atacar várias vezes por temporada e no último jogo, contra o Bilbao, foi a gota de água. Esta gente tem que ser corrida do nosso estádio, para o bem do FC Porto.

Vamos por partes. Antes que me digam que estão no seu direito, pagam lugares anuais ou bilhete, quotas e tudo o mais, a questão é o “timing” com que o fazem. O FC Porto está empatado aos 60 minutos de jogo, falta meia hora para o final, a equipa precisa de cânticos e palmas de incentivo, ou assobios?!? Expliquem-me como se eu fosse muito burro!!! Se acabar empatado e acharem por bem, por mim até podem despir-se e mostrar o traseiro ao plantel. Agora quando a equipa mais necessita, é assobiada pelos próprios adeptos?? Na nossa casa?? Brincamos?!

Com adeptos destes, não precisamos de rivais. A própria imprensa espanhola, na quarta-feira, noticiou os assobios com que o FC Porto foi brindado pelos seus adeptos, e numa jornal do país vizinho lia-se que esses assobios podiam ter levado o Bilbao a fazer o 1-2!! O maior cego é o que não quer ver. Esses adeptos que assobiam deviam preocupar-se em dar alguma coisa pelo FC Porto. É a nova vaga de adeptos, os “novos ricos”, que consideram que têm direito a tudo porque pagaram 10 ou 15 euros pelo bilhete. Tenho um amigo que diz que por isso prefere ver o FC Porto fora de casa. Realmente em Paços de Ferreira, em Guimarães e em Alvalade não os ouvi. Convido-os a todos a aparecerem em Arouca e aprendam o que é apoiar. Não exijam nada antes de darem alguma coisa pelo clube.

É gente que não faz falta, é gente que por ter pago um bilhete considera-se no direito de tudo, é gente que é bem capaz de colocar um jogador acima da instituição FC Porto. Hoje em dia, por exemplo, temos no Dragão muitos sócios e adeptos do FC Quaresma.

A semana passada nada publiquei, porque o fim-de-semana foi para as selecções. O que não significa que não tenhamos apoiado o FC Porto! Sábado à tarde, entre 30 a 40 ultras deslocaram-se a Braga, ao Sá leite, para apoiar e conquistar uma grande vitória em andebol!

No último fim-de-semana, o Sábado começou cedo com o hóquei às 14h30 com o Valdagno. Grande vitória a abrir a competição. Depois disso o descalabro na taça de Portugal. A nível ultra, neste jogo destaco a deslocação visitante, que não chegou aos 4 mil que se falava. Da nossa parte, destaque para as frases do Colectivo 95 no decorrer do jogo. No Domingo, alguns adeptos deslocaram-se a Cantanhede, onde o basquetebol conquistou o troféu António Pratas.

Passaram dois dias e na manhã de terça-feira marcámos presença no Olival no jogo de juniores. Ao final da tarde os seniores também ganharam. Invasão de adeptos do Atlético de Bilbao à Invicta. Um povo simpático e divertido, animaram a cidade desde o início da semana e antes do jogo, espalhados pelos cafés em redor do estádio, conviveram com portistas. O sector visitante foi pequeno para tantos bascos. Alguns ficaram fora da “caixa” e muitos mais espalhados pelo resto do estádio. Estavam mais de 5 mil adeptos deles.

No dia seguinte, quarta-feira, marcámos presença na Vila das Aves, e assistimos a uma grande vitória da equipa B. À noite, lá estávamos no Dragão caixa, também uma vitória importante no hóquei em patins, contra um adversário difícil.

Venham o fim-de-semana… Arouca é o próximo destino!!

Um abraço ultra.

6 comentários:

  1. Caro Tripeiro,

    Antes de mais, o meu sentido obrigado pelo apoio que todos nós, que vamos regularmente ao Dragão, vemos e ouvimos por parte dos Super Dragões e do Colectivo 95. A vossa coragem e determinação é determinante para muitas vitórias do nosso FCP!

    Eu não imagino o que é ser um jogador que muda de país e, cada vez que toca na bola, leve uma assobiadela monumental de 30 mil ou mais! Que saia com um Dragão inteiro a assobiar, unicamente porque terá sido caro.

    Uma vergonha. As pessoas tem inveja dos seus ordenados, a xenofobia de Tordesilhas ridícula - que não tiveram, já agora com a mouraria visconde que, essa sim, nos insulta e insulta o NGP - e julga-se o direito de bater porque "pagou para isso".

    Não é verdade que o assobio incentive ninguém, só os põe, como disse o Herrera, nervosos e a "querer jogar bonito".

    Manifesto a vocês o meu pedido para que ajudem a erradicar este flagelo, gritando e cantando mais alto que esta gente, e que os façam sentir o ridículos que são!

    Já agora, convido-vos a visitar o meu novo blogue em Porto Universal

    Obrigado e um abraço do nosso sangue azul e branco,

    Jorge Vassalo

    ResponderEliminar
  2. Como disse, e bem, os jogadores não são mais importantes que a instituição FC Porto. E parece-me que isso é esquecido quando se critica a chamada de atenção que se faz aos atletas (através de assobios). É que eles vão embora se as coisas correrem mal, mas os adeptos não. Nós ficamos a lidar com o resultado da incompetência deles (quando é o caso), enquanto eles mudam simplesmente de ares. Portanto, nada distingue um jogador profissional estrangeiro a jogar no nosso país, de outro profissional estrangeiro noutro sector qualquer. Se o trabalho que faz não está de acordo com o que quer o patrão [leia-se: treinador] ou cliente [leia-se: adepto], é alvo de críticas/correcções. Num estádio não dá para conversar serena e pacificamente, pelo que a única linguagem possível a partir das bancadas é a do aplauso/assobio.

    Respondendo à sua questão: recordo-lhe que aos 60 minutos, o Atl. Bilbao tinha acabado de empatar o jogo. Os adeptos queriam ganhar (e não empatar!), mas o que é que estava a acontecer no terreno de jogo? O FCP estava a organizar o seu ataque ...com o Fabiano. Em passes infindáveis entre o centro da grande área e as linhas laterais à esquerda e direita. Se não lhe causa impaciência, tenho de lhe dar (sinceros) parabéns. Volto a bater na mesma tecla [já o fiz no post "Vitória Fundamental" e não me quero repetir demasiado]: os assobios são específicos desses passes exagerados na linha defensiva que já resultaram em demasiados golos sofridos (estupidamente) esta época. E assobia-se porque não se lhes pode gritar alto o suficiente: "troquem a bola no meio campo OFENSIVO!"

    Ainda de um comentário ao post "Vitória Fundamental": "Aplaudir jogadores nos bons e nos maus momentos parece-me excelente, quando os maus momentos decorrem de "dar tudo e não ter conseguido melhor". O que é muito diferente de "cometi o mesmo erro pela décima vez esta época, mas os adeptos continuam a aplaudir-me. Jogar neste clube é um sossego". O facto é que (por mais difícil que seja de aceitar) actualmente muito poucos jogadores estão no(s) clube (s) por amor à camisola. Portanto, estão pelo profissionalismo. E vão entregar-se à luta tanto mais quanto forem empurrados a fazê-lo. Se os deixarmos andar, não lhes custa nada dizer "correu mal, mas temos que levantar a cabeça", como o ano passado."

    Este comentário não pretende sugerir que o apoio das claques não é importante para a motivação dos atletas. É, obviamente. No entanto (e terminando como comecei): de facto os jogadores do clube não são mais importantes que a instituição FC Porto! E enquanto eles não perceberem isso, e enquanto continuarem a colocar a sua vaidade futebolística primeiro e a eficiência depois (resultando em colocar-se a jeito para cometer erros perfeitamente evitáveis na defesa que prejudicam O CLUBE), vão continuar a ser assobiados.

    ResponderEliminar
  3. @ ABT

    Bom dia, por favor não leve a mal a pergunta, mas a ABT acha que se um falhanço dá golo certo o jogador que o causa não tem embaraço suficiente?

    A ABT viu algum jogador do plantel esta época jogar desplicentemente? Crê a ABT que isto ajuda os jogadores a ter consciência do desagrado ou a jogar ansiosos por nem poder fazer um passe atrasado?

    A ABT sabe certamente que um guarda redes que está a aprender a jogar mais com os pés a ultima coisa que precisa é que o assobiem sempre certo?

    Não contesto que os adeptos tenham o direito de assobiar ao intervalo ou no fim do jogo, ou até se consideram um jogador a ou b jogou mal ao ser substituido (embora deva ser extremo), mas DURANTE os jogos e a CADA jogada... não ajuda e tira o factor casa.

    Mas também não é novo no FCP.

    Obrigado,

    Jorge Vassalo | Porto Universal

    ResponderEliminar
  4. Olá Jorge Vassalo,

    Não levo a mal pergunta alguma, já que todo o texto é fértil em educação. Respondendo:

    Acho que um falhanço que dá golo certo embaraça o jogador que o causa, sim. Acho que o jogador evita arriscar da mesma maneira, no futuro. Mas pelo visto não está a embaraçar os colegas de equipa. Nem o treinador. E isso parece-me grave, porque faz-me pensar que se não estão a sentir o erro como seu, não estão a sentir o espírito de equipa. Esta conclusão, baseia-se no princípio de que se o erro fosse visto por todos como seu seria reparado, porque cada um o evitaria no futuro (e não apenas o jogador que o cometeu). Mas o que vemos é uma sucessão de jogadores diferentes cometerem o mesmo erro, sem que alguém (o treinador, preferencialmente) lhes diga que joguem seguro atrás, e não bonito. O público está a tentar passar a mensagem. De forma feia, dir-me-á; e eu concordo. Mas da única forma que pode.

    Os assobios, espero, ajudam a que os jogadores evitem o comportamento que lhes valem assobios. Acredito que deixará mais ansiosos os jogadores que jogam frequentemente para trás (como o Herrera), mas mais alerta também para tentarem encontrar uma linha ofensiva de passe que os livre dos assobios. E com prática, passa a ser uma busca natural: passar a bola para o meio campo ofensivo, não para a frente da sua grande área onde qualquer erro pode ser fatal. É verdade que esta pressão deveria estar a acontecer nos treinos, não nos jogos. Mas o treinador não parece estar preocupado com a quantidade de golos sofridos da mesma forma. Aparentemente parece-lhe que cometemos erros que não são evitáveis e decorrem apenas de temos mais posse de bola do que o adversário (uma característica que o Porto sempre possuiu sem que isso impedisse a equipa de ter também a melhor defesa do campeonato).

    Com todo o respeito, um guarda-redes que está a aprender a jogar mais com os pés deve aprender nos treinos, em vez de ser treinado nos jogos sem necessidade. Repare que o problema é sempre: ser uma opção. Uma má opção que nos tem valido golos sofridos.

    Concordo que assobiar ao intervalo ou no final do jogo seria menos penoso. Mas provavelmente menos "educativo" também. Saberiam que assobiámos não porque estavamos empatados, mas porque jogaram demasiado com o Fabiano? Saberiam que assobiámos o treinador porque substituiu o Quintero? Saberia o jogador que gostamos da prestação dele e daí os assobios ao treinador? Infelizmente o método "assobiar a equipa" só passa a mensagem em casa, precisamente por não haver dúvida de que não são os adeptos adversários a fazê-lo (o que levaria a que os jogadores ignorassem os assobios).

    Jorge, repare que não tenho interesse nenhum em defender os assobios à minha equipa. Apenas acredito que o que os origina é um problema facilmente treinável e contornável (excepção feita às substituições). E, afinal, se a dinâmica equipa-massa associativa é importante, não devemos ser ouvidos? Eu gostava de encontrar as imagens em que estivemos para lá de 1 minuto na nossa área, por opção!, e que dão origem ao comentário que se pode ouvir nos segundos 28 a 38 no vídeo "Este é o nosso grito", da Z produções, para ilustrar o meu pedido: "façam a vontade aos adeptos e passem a bola preferencialmente para um jogador mais adiantado, em vez de continuarem nesse estilo absurdo de organização de jogo em frente à grande área defensiva".

    ResponderEliminar
  5. Cara ABT,

    Muito obrigado pela sua resposta tão completa.

    Embora não esteja propriamente de acordo que não preocupe o treinador, até porque costumo ver os jogos na porta atrás do banco e oiço os comentários de Lopetegui a mandar subir e unir o jogo, subscrevo inteiramente a sua preocupação em relação à transição defesa ataque.

    Atente no entanto que no caso de Quintero, este saiu tocado quer no Sporting quer no jogo do Bilbao (vi-o com gelo na perna).

    Uma vez mais obrigado pela atenção,

    Jorge Vassalo | Porto Universal

    ResponderEliminar
  6. Caro Jorge Vassalo,

    Obrigada eu, pela interessante partilha de pontos de vista. Sinto sempre como muito positivo perceber melhor opiniões distintas da minha. E os seus comentários não me foram indiferentes.

    Boa sorte para o seu Porto Universal!

    ResponderEliminar