07 abril, 2013

O nosso orgulho é a Raça Super Dragão

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/


Não posso começar a minha participação sem referir que é um prazer enorme fazer parte da equipa do blog BiBó PoRtO, carago!!. Em regra, os meus textos serão publicados às sextas-feiras, em alternância com um belo reforço para o blog, que poderão conhecer já na próxima semana.

Ao longo dos próximos tempos, vou poder partilhar com todos a minha visão e os meus pensamentos sobre a vida do clube. Pensamentos esses que se concentram nas próximas batalhas, sejam elas em andebol, basquetebol, hóquei em patins ou futebol. Como vão poder perceber, vou procurar dar o devido destaque às várias modalidades do clube, sem esquecer também o bilhar, o boxe ou a natação. Logicamente, muitos dos meus amigos com que falo habitualmente vão encontrar aqui pedaços de conversas e de ideias que vamos trocando. Este primeiro texto vai abordar algumas questões que irei aprofundar ao longo dos próximos meses.

As próximas semanas serão decisivas para a conquista dos vários títulos em disputa. O adversário, ou melhor, o inimigo é quase sempre o mesmo. Tenho confiança máxima em todas as equipas técnicas do clube. Por isso, tenho a certeza que estarão à altura de tomar as opções correctas para nos dar as alegrias que todos esperamos.

Tudo isto só será conseguido com muita vontade, com muita raça. O espírito de conquista tem que estar presente em todos os desafios, não só nos treinadores mas, principalmente, nos associados e nos jogadores.

Se, nas modalidades, não tenho a mínima dúvida que isto vai acontecer, sejam quais forem os resultados, quero acreditar que o mesmo se vai passar no futebol. É certo que a proximidade entre adeptos e jogadores é maior, é certo que o maior número de jogadores portugueses faz com que seja mais fácil interiorizar o que é o Futebol Clube do Porto, também não é menos verdade que os jogadores ficam cá mais tempo, podendo ter um maior conhecimento da cultura do clube.

Contudo, não acho que a nacionalidade seja um factor crucial e impeditivo na interiorização da mística dos Dragões. Vejamos os exemplos recentes de atletas ou ex-atletas e treinadores do nosso clube: Edo Bosch, Moncho Lopez, Julian Terrell, Greg Stempin, Lucho Gonzalez, Hulk ou Ljubomir Obradovic. Importante e decisivo é haver quem consiga transmitir os nossos valores a quem chega, sejam jogadores mais velhos, treinadores, dirigentes ou adeptos.

A minha dúvida é a seguinte: será possível continuar com isto no futebol ou, nos tempos que correm, é uma utopia?

A história do Futebol Clube do Porto está repleta de grandes jogadores, de grandes artistas da bola que por cá passaram. No entanto, nem só esses fazem parte do perfil de jogador valorizado pelos adeptos.

E o jogador actual, valoriza devidamente o clube, a cidade e os adeptos? Não sei se, no plantel actual, haverá muitos exemplos como o de Mike Walsh, que ainda hoje tem casa em Miramar, Vila Nova de Gaia.

Não sou o tipo de Portista que tem especial admiração pelo FC Barcelona. Não, também não gosto do Real Madrid e, em Espanha, só consigo sorrir ao ouvir o nome Cel7a de Vigo. Muito sinceramente, só consigo ter simpatia pelo nosso clube. Contudo, não posso deixar de elogiar o exemplo que dão, mostrando que é possível ter um conjunto de jogadores que sentem verdadeiramente o clube e a região. Se há umas semanas fiquei encantado com o festejo de Jordi Alba pela forma como demonstrava o seu amor ao clube (ao fazer o 4-0 ao Milan em cima do minuto 90), há uns dias fiquei maravilhado com o festejo do nosso CASTRO no jogo com os estudantes (pelo preço colocaram nos bilhetes para o jogo com o Bicampeão, o seu nome não merece sequer qualquer referência). Ainda o mesmo Castro, teve intervenção num dos golos da taça da cerveja, na passada quarta-feira. Confesso que o passe de calcanhar comprovou a qualidade técnica do jogador, mas a forma como ganhou os ressaltos rodeado de três adversários não é menos espectacular, mostrando numa jogada de que é feito o Futebol Clube do Porto: classe e uma raça que não se encontra em mais lado nenhum.

Estará a estrutura a fazer o trabalho correcto? Estaremos nós, adeptos, a fazer bem a nossa parte?

Ainda sou do tempo em que um avançado com a categoria de Mário Jardel chegava ao clube e era suplente... porque o nosso Domingos era o avançado. Ainda sou do tempo em que um jogador, para ter um cântico ou um estandarte seu na bancada, tinha que "comer muita sopa". Sinto que momentos como os que Paulo Futre e João Pinto relataram no programa Dupla Improvável do Porto Canal são necessários no nosso clube. Fosse qual fosse o jogo em disputa, uma derrota implicava uma viagem em silêncio até às Antas, pois os mais velhos não deixavam sequer que alguém abrisse a boca.

Insultar um adepto numa rede social não é o caminho. O caminho para o sucesso está na união. Essa união começa com o simples gesto de agradecer o apoio de quem gasta centenas de euros ao longo do ano para acompanhar o clube. Neste aspecto, o exemplo está cá dentro, basta irem ao Dragão Caixa para o verem. Se atravessar a rua for um caminho longo a percorrer, olhar para o Dr. Nélson Puga também não será má opção (esta última nem sempre será possível, tal é a velocidade com que alguns jogadores abandonam o relvado após o último apito).

Uma vez que o discurso já vai longo e muito ainda há por dizer, está na altura de fazer uma pausa, prometendo retomar e aprofundar este tema num dos próximos textos. Não posso terminar sem fazer um apelo a todos os Portistas: vão ao estádio e ao pavilhão, levem um amigo ou a família e ajudem o Futebol Clube do Porto. Vamos lutar até ao último segundo! Podemos não ganhar, mas não podemos deixar de tentar. Apoiar até ao fim, sem pipoca e sem assobio. Queimem esses energias a assobiar e a pressionar o adversário, em vez de o fazerem aos nossos jogadores e treinadores.

Luís Marques

8 comentários:

  1. Pois, O Castro... É importante haver Castros, porque essa tem sido uma lacuna que dos últimos tempos - no entanto, não é só nos que jogam -, mas um Porto de nível europeu que todos queremos, tem de ter mais que raça, alma, enorme força de vontade. Tem de haver talento, para além da raça. João Pinto, António André ou Jorge Costa, por exemplo, tinham tudo que Castro tem, mas tinham muito mais.

    Abraço

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  2. Antes de mais, um grande abraço e bem vindo cá ao burgo!

    Compartilhando com muitas das ideias aqui expostas, houve um nome que referiste como exemplo estrangeiro de interiorização da nossa cultura, com o qual não estou muito de acordo: Greg Stempin. Em meu entendimento, não está a um nível superior de Pedro Gil ou Alberto Orlandi.

    Um forte abraço!

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  3. Principalmente nos tempos que correm não é de maneira nenhuma um Utopia pensar nos da casa e no antigamente ou até mesmo nas velhas maneiras.

    Os nossos grandes feitos estão repletos de momentos com pessoas á Porto, sejam eles jogadores ou treinadores que trazem e invocam esta mesma mística do antigamente.

    Não podemos esquecer a formula que nos trouxe até aqui, nem ter vergonha da mesma, coisa que ás vezes para muita gente moderna faz confusão o FC Porto de antigamente.

    Meu amigo estás lançado na confusão, bem vindo aqui ao burgo e um grande abraço.

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  4. Boas caros Portistas! Antes de mais, uma bem haja ao novo cronista sdvaladares.
    Grande posta esta para iniciar. Afinal como se ganha a mistica do clube? A conversa podia ser longa, mas estou a ver o miudos "Bs" e vejo lá na defesa um trintao a quem nenhum miudo tira o lugar e depois vejo onde anda a mistica. Está junto da garra, profissionalismo e do querer.
    Amigos, quando vejo que o nº 2 (numero simbolico) esta entregue ao mesmo jogador que nao comemora os jogos marcados, doi...
    Quando vejo mini Messi's a render mais no Twitter do que em campo, doi...
    Quando vejo jogadores emprestados (Seba) com mais minutos de jogo que ex-goleadores (Liedson) pagos a peso de ouro, doi...
    Quando vejo que a marcação de jogos do nosso FCP sao a dias de semana a tarde ou segundas a noite, doi...
    Caramba, não peço que todos os jogadores sejam Portistas como o Castro, mas exijo que tenham o profissionalismo, garra, espirito de sacrificio e ambição do Moutinho, Mangala ou Lucho.
    So o amor ao clube me vai fazer rodar mais de 650 kms para amanha ir ver o Bi-Campeao no Dragão.
    Haja vitoria, Francezinhas e finos, carago... e já agora um agradecimento dos jogadores ao publico (a semelhança do que fazem nas outras modalidades e que é bonito de se ver)
    Abraço Tripeiros e até amanha!!

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  5. Bem-vindo grande amigo!

    Um abraço

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  6. Bem-vindo, mais um excelente reforço cá para o blog!

    Deixas muitos pontos bastante interessantes e cada vez mais pertinentes. Felizmente as vitórias foram mascarando este "desenraizamento" do FC Porto mas é cada vez mais premente esta análise, sob pena de nos transformarmos em definitivo num Clube sem mística.

    Apesar de ser recente nesta nossa casa, já tive oportunidade de escrever umas coisas sobre esta nossa realidade, que me custa cada vez mais observar e que vai muito além da simples vitória ou derrota.

    Bem, para finalizar deixo-te um abraço e venham mais postas!

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  7. Bem vindo Valadares, vais ter de aturar o Blue...;)


    Bibó Porto

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  8. @ Luis,

    é caso pa dizer, finalmente pá, agora já não tens como fugir à responsabilidade da causa... ahhh, e não te atrases tanto a postar como te atrasas a pagar o que deves, tá bem? ;)

    boa entrada, com um tema pertinente, do estrangeiro que absorve ou não a cultura FCPorto, mas como sempre digo e assim penso desde que me lembro, é algo que para mim é pró lado que durmo melhor, ou seja, tuga ou estranga, manel ou joaquim, branco ou negro, o que EXIGO é que transpirem e lutem com todas as forças pelo manto sagrado azul e branco que usam, e pelo que ele significa, caso contrário, tá o caldo entornado e o meu respeito/admiração passa para um outro nível menos, mto menos abonatório.

    tenho dito!

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