04 agosto, 2012

Os irredutíveis

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Estreia-se a nova temporada desportiva, regressam os Ultras Porto às bancadas dos estádios para dar espetáculo! Espetáculo também, foi saber há algumas semanas atrás que o nosso mágico Porto se deslocaria a Valência para um jogo de preparação. Com base nos ideais que temos e fazemos questão de demonstrar, cedo nos reunimos de forma a organizar a primeira “transferta” ao estrangeiro de 2012/2013! Sim, tratou-se de um “mero jogo amigável”, como lhe queiram chamar… mas os irredutíveis lá estiveram!!

Em muitos casos adiamos férias, noutros não as marcamos para esperar por estes momentos, que só realmente quem vive isto intensamente consegue perceber o quanto é importante para nós mantermos o espírito vivo. Uma excelente cidade para um “jogo de Verão”, a capital da Comunidade Valenciana recebeu-nos de forma extraordinária. Aceito que não nos percebam, também já tive que ouvir que “preferem gastar dinheiro a ver jogos do FC Porto!” E é também por isto que somos diferentes.

A deslocação a Viseu deu para aquecer um bocadinho mas o que realmente nos açulava era a ida a Valência. Entre 25 a 30 bravos Dragões estiveram no Mestalla, onde o nosso bicampeão empatou a uma bola com a equipa local, vindo depois a ser derrotado nas grandes penalidades. Sexta-feira ao início da tarde chegámos ao Sá Carneiro. Embarcámos com o pensamento que esta seria a primeira de muitas “loucuras” pelo mágico Porto, ao longo da temporada que agora se inicia, e uma hora depois estávamos a aterrar em Valência. Calor abrasador com os termómetros no mínimo nos 35º.

Foi um fim-de-semana fantástico, com grande ambiente entre o grupo presente! Deu para conhecermos vários locais da cidade. Nesta altura do ano, o calor é mesmo uma das notas dominantes daquele local, onde de madrugada a temperatura ronda os 30º. Sexta à noite andámos pelo centro da cidade espanhola, enquanto Sábado durante a tarde passeámos já de camisola bem visível.

Chega a hora de rumar ao estádio. Aliás, ao “estádio”. Mais um estádio espanhol absolutamente degradado por fora, não estou a ser muito exagerado quando digo que dá a sensação que a qualquer momento vai cair aos bocados. Não me enganei quando ia dizendo que o acharia parecido ao Sanchèz Pijzúan e ao Riazor. De salutar o preço dos bilhetes, desde os 5 aos 18 euros. A receita revertia a favor das vítimas dos incêndios florestais que afectaram aquela zona da península ibérica.

Duas horas antes do jogo já o movimento era muito em redor do recinto. Portistas nem vê-los, foram as cerca de três dezenas que viajaram da Invicta, e nem mais um. Visitámos a loja do clube da parte da manhã e à chegada ao estádio ao final da tarde fomos ter com o restante pessoal, que entretanto se juntou num restaurante da zona. A maioria dos espanhóis estavam tranquilos com a nossa presença, embora alguma “ala dura” mais activa nos tentasse intimidar com alguns olhares de lado, assobios e apupos. A verdade é que nós lá estivemos mesmo em inferioridade em número de elementos!! A polícia sempre disponível para nos dar as melhores indicações, acompanhou-nos até à nossa porta.

Já lá dentro e à semelhança do que encontrei cá fora, um estádio simples mas claramente degradado. Daí até se falar que vão construir outro. Ambas as faixas das claques presentes. Em relação a núcleos, Ramalde marcou presença com a bandeira da Colômbia e o Grupo Penta com a bandeira e o estandarte.

Do outro lado tivemos o privilégio de assistir ao primeiro jogo dos “Ultras Yomus” na “Curva Nord” do Mestalla, o seu novo sector. E logo com uma bela prestação, diga-se. Sector lotado, com bastante material presente e acima de tudo muita raça durante os 90 minutos no apoio vocal. Um forte apoio à equipa de casa, pena os cânticos serem quase todos copiados. Certamente também já estavam com saudades…

Final do jogo e já depois dos penaltis(?) a que assistimos, a equipa olha na nossa direcção, dá uns passos em frente e ao chegar à linha de meio campo, bate umas palmas, vira-se de costas e entra no balneário. Não vou massacrar novamente, já sei como as coisas são, não fiquei nada surpreendido, mas quem faz 2000 km para ver um amigável merecia ver os mesmos aplausos depois da linha de meio campo.

Saída do estádio sem problemas, regresso ao local onde estávamos instalados e continuação da bela estadia. O restaurante onde mais dinheiro deixámos tinha um empregado romeno que passava a vida a cumprimentar-nos e a dizer “Sapunaru! Sapunaru!”. Também teve direito a uma foto com a malta!

Regresso à Invicta Domingo depois do almoço e segunda-feira de manhã de volta às obrigações quotidianas. Ansiosos pela próxima!

Para hoje, só me vem à cabeça: “As saudades que eu já tinha, da minha alegre casinha…”

Um abraço ultra.

2 comentários:

  1. Moncho Lopez mais 3 anos no F.C.Porto.

    Como não acredito que um técnico conceituado, um grande profissional e um homem sério, aceitasse ficar sem garantias, acho que é uma excelente notícia e que no mais curto tempo possível o basquetebol sénior regressará.

    Tripeiro, logo lá estaremos para ver coisas novas, também nas claques

    Abraço

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  2. Tripeiro, grande post.

    Em relação a Valência (cidade e clube) confirmo tudo o que acabaste de dizer. Uma cidade inesquecível para mim, que vivi lá. Acredita que não podiam ter melhor estreia.

    Muito calor, muita humidade, um sítio lindíssimo e um estádio que, visto de fora, mais parece um parque de estacionamento e por dentro apresenta condições sofríveis. É verdade, não só estão a pensar fazer um estádio novo, como ele até começou a ser construído, mas as obras estão paradas neste momento (não há dinheiro). Os Yomus são uma claque razoável, sim, especialmente em casa. Fora, a qualidade já baixa consideravelmente, como acontece com a maior parte dos ultras espanhóis.

    Um abraço ultra para ti.

    PS: Grande Moncho!

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