23 agosto, 2012

Minuto Zero… Por Onde Começar?!?!

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

Continuidade e circunstâncias... Olhar o Dragão e o seu actual futebol apenas pelo ângulo de VP, é sobretudo particularizar pormaiores, o que apesar de tudo, me obriga e atira para opiniões que não colhem junto de apaniguados consócios simpatia, mas que se mostram a longo prazo uma ideologia desportiva de argumentação vasta capaz de atacar o cerne dos problemas, como forma de inverter o rendimento desportivo.

90 Minutos depois, resumo este FC Porto a um espartilho de ideias, perdão, 180 Minutos... Porque apesar de entrar na época a ganhar o troféu em Aveiro por tradição, é me impossível dissociar exibições e/ou distinguir evolução, e discorrer na troca de unidades, resolução capaz de mudar o fio condutor ao cinzentismo explanado aquando da Supertaça.

VP, ignora noções de colectivismo, concessões de equipa, obrigando o DNA idiossincrásico do Dragões às limitações do individualismo e à crença de que basta a bola rolar, e mais minuto menos minuto o talento e a arte dos mais capazes vão fazê-la entrar!?!?

O Mundo Futebol caminha paralelo ao Mundo Real e como tal, mesmo que ambos se apresentem redondos, nenhum é simples ou perfeito, e individualidade alguma crescerá acima do conceito táctico colectivo, por muito que tantas vezes façam sozinhos aquilo que mais ninguém faz, pois essa não é a realidade global.

Por isso em Barcelos, ao saber do Onze, em mim já orbitava uma ideia, ao minuto zero VP achava que só com Hulk se atreveria a ganhar, sem o Incrível, o Treinador Campeão não sabia por onde deveria o futebol do Dragão começar!

Na cidade dos Moliceiros, os azuis e brancos já haviam denotado uma exasperante falta de intensidade, ideias e dinâmica ao nível da posse de bola, algo a que a continuidade de Fernando como primeiro vértice de construção não será alheia.

Incapazes de criar desequilíbrios a partir da linha média, o que dizer da total falta de química entre o tridente ofensivo, inábeis na capacidade de dar largura ao jogo, inconsequentes perante a necessidade de jogar como apoio quer em movimentos fora dos centrais, quer em movimentos interiores, capazes de soltar ou convidar as sobreposições dos laterais pelos flancos.

Pode parecer contra sensual, direccionar critica à justiça pela escolha e formulação do onze e depois, continuar a rasgar VP pela inoperância do futebol explanado dentro das 4 linhas. De facto só o consigo fazer porque segundo a análise condutora deste processo de continuidade, apenas consigo determinar este semi insucesso pela circunstância de que se não estamos pior, melhor é que não estamos, salvo a verdade de defensivamente ter-mos de certo modo erradicado grande parte dos erros infantis que enfermavam e apunham certos nomes quando chamados a titularidade.

No passado a linha do sucesso revitalizou-se quando a reviravolta se deu ao nível do psicológico e VP agarrou o grupo, quando abriu mão da unicidade e percebeu que inovação alguma tinha emprestado ao sentido táctico deste grupo e com isso se inteirou das suas limitações, que não ao nível de como lê o jogo, mas sim como líder básico que quase comprometia o título.

Naïf, é forma que melhor caracteriza este arranque, mesmo num exercício linear e de raciocínio agarrado ao passado, o 4x3x3 tradicional emanando traços tácticos conservadores, onde Kleber foi a pedrada num charco seco, face ao que se pedia como capaz de romper com o tradicional.

Ideias dogmáticas de posse, peremptório quando nas transições rápidas é como se encontra mais próximo do desequilíbrio e como tal do golo. Indefinido porque mesmo que Lucho estabilize e compacte a organização, existe um limbo na coexistência estratégica do querer pressionar alto e o reconhecer segurança quando recua as linhas e a sensibilidade táctica do triângulo do meio campo consegue interpretar transição/compensação, através de movimentos contrários, onde nem Lucho se encosta ao ponta de lança, nem Moutinho se resguarda como muleta de Fernando, tornando-se assim o motor das transições, diminuindo a distancia para a 2ª linha intermédia.

Enquanto não encerra o Mercado pairam no Dragão os espectros de transferências frustradas, jogadores pouco comprometidos com as envolvências do jogo ou ate com o próprio clube.

Até 31 de Agosto, por muito que VP seja um alvo em que me apetece bater, não só por ser um alvo fácil, não deixo de sentir esta dezena de dias como a maior ameaça táctica ao crescimento natural desta equipa.

Uma vez mais VP teria de aparecer com alma/voz maior de um colectivo, trabalhando-o acima de qualquer individualidade, sustentando no seu saber do jogo, sistemas e soluções alternativas a um possível contexto de perda abrupta de matéria-prima.

Conceptualizar variantes ao sistema é trabalho de campo, apostar tudo na continuidade sem olhar as circunstâncias da dificuldades que é ter de reconstruir, é hipotecar o colectivo, minar o pilar “espinha dorsal”, como motor do sucesso em face unicamente de quem desequilibra por si só.

As amarguras de início de Liga só não são mais nefastas porque a jornada alinhou pelo sortilégio dos empates, somando aos rivais falsas partidas, o que não deve contudo ser razão suficiente em mim para diluir o quão naïf foi o arranque para as cores Azuis.

Enquanto o saber prático do Dragão não transbordar o fogo próprio de quem só na vitória se realiza, de pouco servirá um Treinador que se credibilizou num título, mas que em teoria continua refém da bipolaridade automação táctica/autoridade e perfil de liderança.

Passados os primeiros 90 minutos em Barcelos... Rapidamente começo a pensar no minuto zero da 2ª jornada.

Quando o Guimarães subir ao nosso relvado, com que futebol Rui Vitória se preocupará... Com o que sai dos pés dos virtuosos autónomos à quem o mercado não esquece ou com o que nasce do colectivo???

7 comentários:

  1. Excelente artigo, uma análise em que concordo com tudo.

    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  2. "Até 31 de Agosto, por muito que VP seja um alvo em que me apetece bater, não só por ser um alvo fácil, não deixo de sentir esta dezena de dias como a maior ameaça táctica ao crescimento natural desta equipa."

    Então e depois de 31 de Agosto? E se depois disso as coisas não melhoram? Que desculpas mais Vítor Pereira terá da parte de alguns adeptos?

    Do cardápio variado de justificações e teorias da conspiração que escudaram o nosso treinador de tudo e mais alguma coisa, houve uma que subscrevo na íntegra: o facto de Hulk, Alex Sandro e Danilo só agora terem chegado e disso pesar no rendimento da equipa. Agora, todas as outras refuto completamente.

    A questão do mercado é pertinente, é até problemática, mas não vem só deste ano, vem dos outros todos e não me lembro de tanta preocupação à volta disto com outros treinadores que por cá tivemos. Mourinho perdeu Paredes e Jorge Andrade em pleno estágio, AVB ficou sem Raul Meireles e, em 2008, Jesualdo viu Quaresma transferir-se para o Inter no último dia. Além do mais, este é um problema que não nos afeta só a nós. Não é só para o Porto que o mercado fecha no final do mês, para os outros clubes também. No clube do regime, o Witsel não está a ser negociado? O Gaitan está lá de corpo e alma? Portanto, essa desculpa para mim não colhe, até porque em Barcelos o jogador que mais lutou para inverter o rumo dos acontecimentos foi precisamente o mais cobiçado pelos tubarões europeus: Hulk.

    Vítor Pereira terá agora de pôr a máquina a carburar. Caso contrário só poderei reforçar uma ideia que já tenho desde o ano passado e que vai contra a doutrina vigente: os jogadores "contrariados" (que já saíram, a menos que de repente haja quem ainda tenha a lata de achar que as muitas dispensas afinal foram poucas e que VP merecia era um plantel novo) e a falta do ponta de lança (que entretanto chegou) não passaram de desculpas esfarrapadas.

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  3. Em primeiro lugar parabéns pelo artigo que está fantástico.
    Em segundo lugar o que se passou nestes 2 primeiros jogos oficiais da época foi exactamente o que se passou a época passada inteira, excepto 3 ou 4 jogos em que de facto lá jogamos qualquer coisa parecida com o que devia ser sempre. Com o VP que nada tenho contra é o contrário em vez de termos 3 ou 4 jogos maus e o resto todos bons, não! básicamente vai ser mais do mesmo e com a agravante que eu e todos os Portistas já não estão para aturar outra época igual ou parecida há do ano passado.
    Uma coisa que eu gostava de saber e que o clube não revela é quantos lugares anuais têm a menos, isso são numeros determinantes para que se possa perceber o porquê dessa redução, será por maus espetáculos e resultados? ou será só por factores económicos?? até pode ser pelo conjunto de factores agora que ninguém se intusiasma com este futebol é a mais pura das tristezas e realidades...
    A história dos jogadores que não estão com a cabeça aqui é só treta e desculpas que serviram para ano passado, para este ano isso já não serve como desculpa.
    No ano passado ganhámos a super taça e campeonato, se bem que não me lembro de o F.C.P. ganhar um campeonato sem jogar a ponta de um corno como foi o caso, isto sim é preocupante e alarmante, porque na europa foi a vergonha que se viu e com uma equipa fabulosa, quase igual à deste ano(por enquanto)vamos ver se vai ser preciso hipotecar uma série de provas e prestigio para tomarem uma atitude.

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  4. Carlos Quaresma suspeito de enorme burla na Fundação AGAPE

    Uma investigação RTP concluiu que a Fundação AGAPE, organização sueca que desenvolve atividades humanitárias, tem suspeitas de uma gigantesca burla onde estará envolvido o emigrante português Carlos Quaresma, antigo jogador de futebol, que durante anos intermediou os donativos da Fundação em Portugal.

    Este também foi candidato a...?!

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  5. Presidente da Associação de Futebol de Lisboa considera que Benfica e Sporting têm sido "prejudicados" pela "arbitragem". Nuno Lobo promete ficar atento à verdade desportiva
    in RR

    Sempre a ser prejudicados desde que há futebol em Portugal...
    o Centralismo nem existe!!!...

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  6. MA - 24/08/2012

    Saudações Portistas,
    Muito bom artigo, muito bem escrito e objectivo.
    Esta é de facto a triste realidade em que vivemos, Vítor Pereira tem tido as oportunidades e benefícios que nenhum outro teve no nosso Grande clube.
    É difícil para qualquer um de nós que segue com paixão o clube mas não o conhece por dentro, saber o que se passa na contabilidade e organização do clube, mas a meu vêr esta direcção já mostrou nos últimos largos anos que há um ponto em que não consegue avançar mais...existe um novo paradigma no futebol, que envolve financiamentos, que envolve vender o clube de forma diferente que aparentemente o nosso tem muita dificuldade em lidar...há muito que tenho a opinião de que Pinto da Costa devia se rodear de nova gente, gente com outra noção de gestão e outra ambição...
    Neste momento não deixo de têr a sensação de que estamos a caminhar para sêr algo muito inferior aquilo que podemos sêr.
    Continuando a acreditar e a têr esperança em melhores dias, me despeço.
    F.C. Porto Sempre!

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  7. por onde começar?
    talvez do inicio, não?

    é que manter este nível de "relva mal aparada" não está com nada.

    amanhã? o mais importante mesmo é golear... por 1 a 0, e já me darei por satisfeito, muito satisfeito.

    por ora, já me contento com vitórias de fanfarra dos bombeiros... as vitórias com ópera, têm tempo!

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