08 junho, 2012

Precisamos de mais uma festa no salão

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/


Já lá vão mais de duas semanas e a final do basquete ainda não foi digerida, certamente porque não tive a lucidez suficiente para colocar outro cenário que não o mesmo da época passada. Temos aquilo atravessado na garganta e é por isso que precisamos de uma vitória daquelas que nos enche a alma e o coração. Amanhã, em Carnide, é preciso voltar a dar uma lição e fazer mais uma festa no salão.

Confesso também que me custa entrar em jejum sem antes fazer mais uma festa. Só assim é mais fácil suportar tantos dias sem Porto, tantos fins-de-semana vazios. Faltam dois jogos, campeões. Dois jogos para voltarmos a fazer história, escrever mais uma página de glória e continuar a fazer do hóquei esta modalidade que antes era tão chata, tão desinteressante para o País, só porque ganham sistematicamente os mesmos, só porque os mesmos são mais sempre mais competentes que os outros. Entrem no galinheiro como verdadeiros dragões e saiam de lá undecampeões.

Quando festejámos o tetra no andebol e o bicampeonato no futebol, antevi outra época de humilhação suprema. No basquete, depois do primeiro lugar na fase regular, não me passou pela cabeça se não chegar ao fim e ganhar. Chamem-lhe excesso de confiança ou confiança cega não só num plantel que apesar de não ser o mais caro da Liga, dava todas as garantias podia repetir o feito do ano passado, mas sobretudo num treinador que é muito provavelmente o melhor estrangeiro a passar pela modalidade neste país.

Conheci Moncho poucos dias depois da sua contratação e logo aí percebi que estava perante um conhecedor profundo do basquetebol moderno, um excelente formador, com provas dadas nas camadas jovens espanholas, um exímio comunicador e um empenhadíssimo trabalhador. Mais importante ainda, Moncho apreendeu rapidamente o clube, percebeu onde estava e com quem estava, conseguiu beber desta mística, que a maior parte de quem por aqui passa raramente é capaz de compreender a sua verdadeira essência.

Ao longo destes três anos, Moncho nunca desiludiu, mas iludiu muita gente, sobretudo no interior do clube, que nele vêem uma espécie de herói, um salvador, que podia fazer um milagre igual ao da época passada, com um orçamento pornograficamente mais baixo do que o maior (e único) adversário. Não esteve longe, é verdade, porque embora o dinheiro não seja sinónimo de títulos – e isso tem sido evidente nos últimos anos no andebol e no hóquei – ele dá sempre muito jeito, sobretudo a quem o sabe utilizar, como não é o caso dos de lá debaixo.

Naquela quarta-feira, mal soou a buzina pela última vez, saí disparado do pavilhão para evitar uma congestão. Devia lá ter ficado, como tantos outros, para aplaudir os nossos, mas não fui capaz de sujar os olhos com tanta merda junta a festejar na nossa casa, impotente, sem que nada pudesse fazer. E é por isso que amanhã, no galinheiro, tudo vai ser diferente, tudo tem que ser diferente, porque isto é uma guerra e não há guerra sem vingança.

4 comentários:

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  2. Farpas, vamos lá norteados pela VITÓRIA! Vamos lutar, sofrer, mas vamos apagar-lhes as lanternas. Ao lado do "salão de festas" vamos fazer uma festinha e trazer o undeca para o Norte.

    Abraço e BIBÓ PORTO!

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  3. Em grande Farpas! Excelente!

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  4. Brilhante! Também eu estou sedento de mais uma vitória frente aos merdas de sempre.

    Força Enorme PORTO.

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