07 agosto, 2011

Aveiro de Rabelo ou Moliceiro... Supertaça no Roteiro!!!

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Julho e Agosto são por excelência meses de férias, a silly season legisla aceleradamente o campeão para a época que se inicia, loas em abundância escriba, parangonas feitas de reforços putativos, perfeita harmonização entre melhoria substantiva dos planteis e a exibição de riqueza que desagua em consumismo desmedido.

2011/2012, não se afasta da regra, é o desporto rei em euforia desmedida, com o curso da temporada, virá a essência do futebol, músculo, suor, qualidade técnica e competência táctica.

Aveiro, volta a ser destino como conjuntura de contiguidade ao sucesso. Enquanto não encerra a espera e se solta o frisson associado a ansiedade competitiva, naveguemos as águas tácticas que os emblemas em contenda podem hastear como recursos capazes de elevar o primeiro troféu oficial da época.

Troféu descurado por agremiações com objectivos mais prestigiantes, é para os Dragões, unívoco no conceito de consecução e atracção por vitórias, cruzando no seu mapa de triunfos, patamares de conquista que não encontram paralelismo no resto da realidade Lusa, por muito que promovam afanosamente mentiras para discussão pública.

Deixemos o prelúdio e pensemos no que se passa sobre a relva, a fase larvar como equipa que o mercado deu aos Vimaranenses, atira-me para um binómio suspeita/ignorância no que concerne ao seu futebol. A espinha dorsal parece ter um veio condutor no mentor estratégico da estrutura.

Manuel Machado, Professor multidisciplinar tem um trajecto astuto, ardiloso na edificação da identidade do futebol das suas equipas, pensador específico de cada contenda, há muito abandonou a correlação defensiva para com princípios exclusivos de contra-ataque.

Ignoro se as cerca de 10 aquisições para a nova época, lhe fortificaram o traço de ocupação de espaços, ou personificam uma maior capacidade de controlo da posse da bola, ou ainda se expressam melhor, um pensamento de transição rápida com o ónus da bola a tomar os caminhos das alas em passes rápidos de geometria linear e objectiva, traço histórico comum do veneno estratégico, com que muitas equipas de menor dimensão, qual David fazem sucumbir os Golias do futebol.

Não faltam “conquistadores” que signifiquem recorte técnico-táctico sob o relvado, seja em velocidade (Targino, Faouzi), profundidade ou largura. As finais metrificam agressividade, por aqui Pedro Mendes, Olímpio, João Alves, são razões conhecidas como obstáculos que visam a intensidade da barreira centro campista, ficando depois a filosofia do golo entregue a Edgar, Toscano e à conformidade dinâmica que conseguirem alinhar como mecanismos de movimentação desde a linha defensiva até a baliza adversária.

Na Cidade Berço o optimismo e motivação caminham juntos, por muito que desempenhos recentes enfermem de maior capacidade para flanquear o jogo, denotem carências na fluidez, algo à que não será alheio a utilização de 3 médios de cariz defensivo, pisando terrenos vizinhos e acentuando previsibilidade nas acções ofensivas.

Serenos por força da qualificação para o Play-off da Liga Europa, os Vimaranenses procuram diluir os efeitos psíquicos do 6-2 do Jamor, admitindo pois que por entre uma ou outra alteração face ao jogo da passada 5ª feira, se apresentem acutilantes nos processos e nada inertes na ambição.

O palco do Municipal de Aveiro para além de recém nicho de vitória azuis e brancas, apadrinha desta feita um acerto de contas. Os Dragões por muito que não se movam por vinganças terão por certo em mente “vingar” 87/88, ainda que o troféu em si, valha como objectivo muito mais que isso.

Vitor Pereira é o debutante, com uma base similar à equipa tipo de um passado recente, os encontros de pré-época desnudaram um esboço próximo quer em conceitos, princípios e nomes que vão dar corpo a nossa ambição de somar a 17ª Super Taça.

Sem muito mais crédito que o de estar inserido numa estrutura forte e ganhadora, VP, sabe que qualquer erro de calculo lhe enche o caminho futuro de interrogações bem como comparações. Mantendo as bases tácticas, sem forçar clivagens com princípios de sucesso, tem o condão de aprimorar a flexibilidade técnica, apurando a elasticidade do pressing em zonas mais altas, sufocando o adversário na 1ª fase de construção

Em termos de código genético, o FCP de inicio de época personifica estados de bom futebol, cultura da posse, controle e passe, capacidade técnica e futebol apoiado, triangulações de geometria variável sem penhorar objectividade e sentido colectivo.

A falta de alguns nomes coloca alguma subjectividade na percentagem de força colectiva azul e branca, alguns espaços específicos do relvado, configuram espaços tácticos órfãos do seu habitual titular.

Souza é o assunto do momento e expressão maior, da assumpção do upgrade táctico de VP, em teoria o brasileiro é consequente e consciente, equação moratória do sistema, define nas suas limitações posicionais de momento, capacidade de passe curto e longo, não se coibindo ao drible estéril, sujeitando-se ao risco desnecessário, não tendo sido ainda sujeito a um jogo de grande pressão. Vive no limbo, entre a certeza de ter de jogar de fato-macaco, mas ávido por empenhar uma batuta que o mostre ao jogo como capaz de rasgar ofensivamente com régua e esquadro.

Mostrando-se como solução mais construtiva, não enleia rapidez de processos, nem o colectivo o procura como primeira escolha para inicio de construção, posicionalmente não desvirtua a equipa no que respeita aos equilíbrios defensivos, mas o gosto por colocações mais audazes sob o centro nevrálgico fá-lo respirar melhor, mas causa frisson à linha defensiva pelo espaço que cava entre as duas linhas em questão.

A posição pivot-defensivo tem sido no 4x3x3 Azul e branco, pilar e protótipo de semideuses discretos de inveterado labor que abrem portas aos nossos heróis do golo. Rápidos sobre a bola e sobre as investidas dos rivais, reside nesta capacidade a força de travar intenções, passando o jogo para o meio campo adversário.

Kleber, é por força da Copa América o único reforço com vista para o Onze, esforçado e lutador, personaliza codicia pelo golo, remate espontâneo, não carece da habitual periodização adaptativa ao futebol Português, movimentando-se com alegria, dinâmica e intensidade quer em espaços curtos, quer em movimentações para as alas ou movimentos de apoio ao toque curto e tabelas inteligíveis com os médios na cabeça da área.

Ruben Micael pode bem ser o senhor pés de veludo capaz organizar e transportar jogo, dando-lhe o cunho de magia como solução de último passe, sem Belluschi em alta voltagem por força de um reinício tardio, o Madeirense tem óptima oportunidade para firmar créditos e o seu processo de maturação, enterrando as sensações mistas no seio das hostes que o aplaudem a cada passe de cinética mágica ou o assobiam e verbalizam desconfiança a cada acção errática, mesmo que seja sempre unidade de inesgotável capacidade e talento.

Falta pouco para que todas as bolas contem, mesmo que os árbitros invalidem algumas, a ansiedade é algo que me preocupa tanto ou mais que o adversário, tão-somente porque ela causa incerteza, precipitação, tolhe a serenidade ate de acções básicas, levando as equipas a procurarem outras soluções diferentes dos seus refúgios naturais de qualidade e competência.

Imperturbáveis ou talvez não, também nós adeptos, ansiamos por vestir a camisola, fazer da nossa voz as vossas forças, engalanando Ruas, Canais e Passeios, alterando as cores do Moliceiro e de Aveiro, para que a SUPERTAÇA seja apenas o troféu primeiro deste ansiado Destino/Roteiro.



LISTA DE CONVOCADOS

Guarda-redes: Bracali e Helton.
Defesas: Fucile, Maicon, Otamendi, Rolando, Sapunaru e Sereno.
Médios: Belluschi, Guarín, João Moutinho, Rúben Micael e Souza.
Avançados: Djalma, Falcão, Hulk, Kleber e Varela.

2 comentários:

  1. Agora já é a sério e queremos entrar a ganhar.

    Abraço

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  2. Meu primeiro comentário neste espaço para enaltecer a qualidade desta antevisão! Para hoje, espero uma vitória, recheada de qualidade e com pitadas de classe individual e colectiva! Até logooooooooo

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