02 junho, 2011

Melhor era quase impossível

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Havia ali uma enorme quantidade dos meus, num estado de abslouta liberdade e alegria, fechei os olhos e senti que mergulhara no meu próprio sonho, desenhado no ar abafado daquele fim de tarde de Maio. Tão forte era a união em torno de um Clube, e a visão era tão profunda, que ainda agora não me sai da cabeça aquela imagem de força. O pano de fundo era todo em silhuetas azuis que agradeciam aos deuses do futebol aquele momento de imensa Glória. A operação À Conquista da Europa tinha sido concluída com sucesso. Bulgária, Rússia, Espanha, Bélgica, Portugal, Aústria. Fomos a todos os recantos da Europa em expedição para desenterrar o tesouro. Os rapazes tinham vencido com suor, dedicação e ambição. Não tinha o direito de não agradecer àqueles rapazes a alegria que me deram. Enquanto me maravilhava com as enormes bandeiras desfraldadas ao vento, um ardina aproxima-se de mim e entrega-me uma edição extra da Gazeta do Dragão. Na capa, podia ler-se A EUROPA É NOSSA!, e em poucas páginas ficava-se perceber que ganhar 4 troféus internacionais em 8 anos é algo que só está ao alcance de muito poucos.Felizmente, nós estamos nesse grupo restrito. É impressionante como um Clube de uma cidade tão peculiar e com uma luz tão própria como o Porto consegue vencer contra tudo e contra todos.

Receber aquele trófeu da mãos do senhor Platini deu-me um gozo especial, pois naquele momento Platini era o representante oficial dos nossos caluniadores e em nome de todos aqueles que nos difamaram estava ali a condecorar-nos por mais uma Conquista. O embaixador dos nossos adversários curvava-se para colocar uma medalha ao pescoço do Nosso Pressinte. Aquela vénia do senhor Platini ao Nosso Presidente jamais esquecerei. Há ironias que não podem passar em claro e esta é, sem dúvida, uma delas. Fez-se Justiça!

Depois de uma época em que tínhamos sido vencidos nos jogos de secretária e nos túneis, o estrondo desta época não é mais do que a afirmação da nossa força a todo o mundo. Aqueles que recorrem as estratégicas obscuras para derrubar um Clube com a envergadura do FC Porto, devem sempre esperar por uma resposta à altura da Nossa História. A História ensina-nos que é a partir das grandes depressões que nascem as grandes conquistas. E assim foi. Dos escombros duma injustiça que nos roubou o título, nasceu um grupo unido e sedento de vitórias: Os Imbatíveis. Agradeço pois ao steward Sandro e ao senhor Ricardo Costa por todas as patifarias que em muito ajudaram a criar um grupo solidário, compente e unido. Os Imbatíveis ficarão para sempre nos anais do Nosso Clube como o grupo mais ambicioso e competente da História do Clube. Obra de monta num Clube que já teve Pedroto e Mourinho. O ano passado queríamos muitos dedicar um título ao Pedroto. Pelas razões que sabemos, não nos foi possível, pois a força dos túneis é díficil de contrair. Este ano, estamos em condições de dedicar 4 títulos e uma série de feitos históricos.

De facto, as conquistas foram tantas que se torna difícil enumerá-las. Ainda assim, vou tentar. Espero que não me escape nada. Vencemos o Campeonato, vencemos a Taça de Portugal, vencemos a Supertaça, vencemos a Liga Europa, um jogador Nosso ( Falcao) tornou-se o melhor marcador de sempre numa competição europeia, alcançámos a melhor pontuação de sempre do FC Porto no Campeonato Nacional, vencemos o Campeonato Nacional com a maior vantagem da História, vencemos o Campeonato Nacional invictos, um jogador Nosso ( Hulk) foi o melhor marcador do Campeonato, André Villas-Boas tornou-se no treinador mais jovem a vencer uma competição europeia, André Villas-Boas tornou-se no treinador mais jovem a vencer o Campeonato Nacional, Pinto da Costa reforçou o seu estatudo de Presidente mais titulado do mundo, o FC Porto tem mais títulos europeus do que todas as equipas portuguesas juntas ( repito, J-U-N-T-A-S!), o FC Porto é agora o clube português com mais títulos. Tudo isto só numa época. É de loucos! É verdadeiramente incrível. Há grandes clubes que em 100 anos não conquistaram tanto como nós conquistamos em Abril e Maio. Só a época 2010/2011 era suficiente para escrever um daqueles livros com as 1001 razões para se ser de um clube.

Mas aos portistas não lhes intressa andar falar destes títulos pois nós não queremos converter ninguém ao Nosso Clube. Somos portistas porque sentimos o Clube, indepentemente dos títulos. E curiosamente é esse o segredo dos Nossos títulos. Não passar demasiado tempo a olhar para o passado. Aqueles que passam o tempo a contemplar o passado, esquecem o futuro e perdem o presente. Aqueles que se contentam com o que conquistaram no passado, nunca terão ambição para vencer no presente. Felizmente, não somos desses.

Aliás, apesar desta época tão conquistadora, estou certo que todos os portistas já só pensam na Supertaça Europeia e em vencer o Barcelona. Hasta la vitoria!

3 comentários:

  1. Foi de facto, uma época fantástica e com emoções, fortíssimas, atrás de emoções.
    Abraço

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  2. E falando de História, sinto-me, enquanto portista de alma e coração, na obrigação de corrigir um pequeno erro presente neste post: AVB não foi o treinador mais jovem a vencer o Campeonato Nacional, embora esse record (e não, não estou a falar daquele pedaço de papel higiénico usado a que se convencionou chamar de jornal desportivo!) também more no covil do Dragão. É pertença de um senhor húngaro de seu nome Mihaly Siska, que conquistou o Campeonato com 33 anos e 109 dias, ao invés de AVB, que o conquistou com a idade de 33 anos e 161 dias.

    Ricardo, portista até à morte, e, se possível, no além-túmulo também.

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  3. Agradeço ao Ricardo a precisão nesse dado. Aqueles 52 dias escaparam-me.

    Abraços!

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