26 setembro, 2007

Concorrência precisa-se

Sim, é verdade que a procissão até, se calhar, nem sequer chegou ao adro mas pelo andar do metro de superfície (leia-se carruagem), arrisca-se a que a habitual perseguição perca os seus contornos de interesse e se torne numa marcha solitária.

Claro que não é, ainda, altura de embandeirar em arco mas apenas de disfrutar o momento.

Espera-se, no entanto, que o recém-chegado D. Sebastião não se perca lá para os lados de Alcácer Quibir, que se resolvam os problemas do relvado de uma vez por todas e que se explique(m) ao(s) guarda-rede(s) que afinal pode(m) defender com as mãos. A Ber Bamos mas fica o anúncio pedindo um pouco mais de competividade aos nossos adversários.

Quarta-feira é a estreia na Taça da Liga, onde afinal todos, incluindo aqueles que assumiram publicamente que não iriam participar em jogos de enfeite e em operações de cosmética, vão participar. Calha-nos o Fátima e não sei porque tenho sempre um certo receio destes jogos. Idem aspas a Ber Bamos mas fica o pedido de respeito e ganas de vencer, até porque no Sábado temos o Boavista.
Isto tudo dentro do campo.

Fora das quatro linhas ficamos a saber das divergências implícitas entre a PJ e o DIAP do MP de Lisboa no caso Mantorras. Fica, para os mais distraídos, a transcrição total da notícia para que cada qual tire as suas próprias conclusões (talvez até seja um bocado comprida, mas convém que a leiam e releiam, se necessário, com atenção redobrada). Um zelo imenso, ou mesmo a mais, em investigações douradas e pouco, ou falta do mesmo, noutras. Estas últimas com artes de magia, contas de sumir e de uma cor diferente.

Ministério Público travou PJ no caso Mantorras

A Polícia Judiciária (PJ) queria prosseguir a investigação do designado caso Mantorras, em que eram visados o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e os empresários Jorge Manuel Mendes e Paulo Barbosa, mas o Ministério Público de Lisboa optou por arquivar o caso sem atender a uma proposta de quebra de sigilo bancário de duas contas sedeadas em paraísos fiscais. Em causa estava a averiguação da identidade dos verdadeiros beneficiários de cerca de 750 mil euros provenientes da venda, ao Alverca, de 50% do passe do futebolista que ainda eram propriedade da empresa de Jorge Manuel Mendes.

Esta foi uma das divergências implícitas entre a PJ e o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do MP de Lisboa, liderado pela procuradora Maria José Morgado. Outra foi a circunstância de, no despacho final do processo, datado de 6 de Setembro, o MP apenas ter apreciado o eventual crime de participação económica em negócio enquanto a PJ catalogou a investigação em redor também do ilícito de peculato e eventual fraude fiscal.

De acordo com informações recolhidas pelo JN, a PJ estava a averiguar todos os fluxos financeiros decorrentes dos direitos sobre o passe do jogador angolano - sobre o qual, recorde-se, houve a suspeita de que Vieira se teria apropriado de parte das verbas, por ter sido dono de 60% do passe e ter tido intervenção no negócio enquanto líder do Alverca e gestor do Benfica - e deparou-se com uma declaração falsa por parte de Jorge Manuel Mendes, que seria descoberta após o levantamento do sigilo bancário de uma conta das ilhas Caimão da "off-shore" "Almond".

Conta descoberta
Por 50% do passe de Mantorras, este empresário recebeu 1,6 milhões de euros e desse dinheiro transferiu 750 mil euros para a referida Almond. De seguida, fez constar na contabilidade da PGD, a sua empresa portuguesa localizada em Coimbra, que essa verba seria para pagar a um empresário do Paraguai de nome Francisco Ocampo, com vista à aquisição de parte dos direitos de dois jogadores paraguaios.

Acontece que, depois destas declarações de Mendes no processo, o sigilo bancário da conta da Almond nas ilhas Caimão foi levantado e a PJ descobriu que os titulares da conta eram o próprio empresário e a mulher e não qualquer emissário do Paraguai. Confrontado pela PJ com esta descoberta da investigação, Jorge Manuel Mendes remeteu-se ao silêncio.

Dinheiro repartido
No mesmo procedimento de quebra de sigilo, os investigadores detectaram que os 750 mil euros foram desdobrados em duas tranches de 324 mil euros que seriam transferidas para contas de duas outras sociedades de paraísos fiscais a Minshall Management Inc. e a Hervey Management Ltd. As contas destas duas entidades estavam sedeadas em Caimão e na Zona Franca da Madeira. Razão pela qual a PJ sugeriu nova quebra de sigilo, a fim de conhecer os verdadeiros beneficiários do dinheiro e eventualmente confirmar se seriam Jorge Manuel Mendes e um sócio, que entretanto foi viver para o Brasil e nunca foi encontrado pela investigação.

Só que o MP acabou por ignorar esta proposta e optou por arquivar o caso. Conforme o JN ontem noticiou, um dos principais argumentos foi o facto de não terem sido encontrados sinais de fluxos financeiros indiciadores de que Vieira possa ter ganho dinheiro ilicitamente com os negócios de Mantorras. Isto apesar de DIAP de Lisboa ter classificado como sem qualquer credibilidade a versão de Vieira no que toca à data de um contrato de cedência, ao Alverca, de 60% dos direitos sobre o passe de Mantorras de que era detentor em nome pessoal.

Nuno Miguel Maia in Jornal de Notícias
Mais ainda, coincidência das coincidências, outra sobre a dificuldade de se obter informação sobre um titular de uma conta no banco Dexia, no Luxemburgo.

E para terminar uma nota sobre o cancelamento da abertura da Casa do FCPorto em Guimarães. Leiam mais aqui e aqui.

De admirar a maneira com se apoia um clube e até pouca diferença faz o facto de ser ou não ser recebido pelo respectivo Presidente da Câmara, mas apedrejamentos e engenhos explosivos são algo de inaceitável.
Desportivismo precisa-se.

Saudações
Estilhaço

6 comentários:

  1. Amigo Estilhaço, 6 pontos de avanço, toleram-se golos em off-side e não se pode emprestar um guarda redes aos homens? É q aquele lagarto mete dó.

    Qt ao Fátima, respeitinho pois milagres às vezes acontecem e naquela Terra nunca se sabe...

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  2. Estilhaço, nem mais carago!

    Isto é o que se chama 'falar de papo cheio'... mas que tão bem sabe, carago!
    É que, por ora, ninguém os ouve... porque será? Eu sei, mas não digo ;-P

    Quanto à Super-Bock Cup, espero bem que os rapazinhos se lembrem d'um tal de Atlético, que é para não entrarem em campo numa de facilitismo e se recordarem que já foi tempo que o peso das camisolas faziam toda a diferença... hoje, cada vez mais, não fazem.

    Pois, do Mantorrasgate, que mas há para explicar? tudo normal a Sul do Mondego... tudo normal na justiça! tudo normal, digo eu.

    Quanto a Guimarães City, nem há comentários sequer de tão inqualificável que são as atitudes até agora tomadas.

    aKeLe aBrAçO,
    http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

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  3. Gostei do seu comentario, força Estilhaço, denunciaremos ate que o CP nos doa.

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  4. Mais uma vez um este Blog tem um grande Post!! Aliás já do conhecimento geral a grande influencia que as "Manadas Vermelhas" tem o MP e a encabeçar estas mesmas está a Morgadinha (detesto esta Mulher), mas enquanto houver pessoas como o Estilhaço a falar e a lutar pela Justiça estas mandas andarão sempre com o Credo na boca!!

    Gostava de perguntar uma coisa aos Moderadores deste Blog; posso colocar este atalho sobre o Apito Bermelho que tem aqui neste Blog no meu novo Blog? Se sim como faze-lo? Obrigado e já agora visitem este meu novo espaço que vai substituir o anterior, o endereço é:

    http://misticaazulebranca.blogspot.com/

    Obrigado pela atenção e um abraço a todos deste vosso seguidor fiel. Saudações Portistas.

    P.S.: E claro que não se espera outra coisa senão uma grande vitória frente ao Fátima... Mas cuidado com o "relaxo"...

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  5. Numa verdadeira democracia isto resolvia-se.
    Mas nesta democradura que vivemos tudo é possível e assim estamos a assistir à tentativa do retomar da importância da capital do império e de tudo o que de lá é representativo.
    Os saudosistas andam à solta, a conspirar e a agir.
    Não nos podemos calar.

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  6. Sempre ao ataque, Estilhaço!
    Da justiça portuguesa já sabemos o k podemos esperar, e isenção não é uma delas. Avante, k isto ainda há-de dar uma grande volta.
    Qt ao resto, se o Porto mantiver esta pedalada, mesmo com os empurrõezinhos aos nossos rivais, mais vale omeçar novo campeonato, lá pro Natal:)
    Esta da casa do Porto em Guimarães apanhou-me desprevenido. Por onde anda a autoridade? A assobiar para o alto?

    Abraço,

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