Um Azul e Branco... com um sabor a chocolate

"Eu nasci em Setembro do já distante ano de 1951. Disseram-me - pois não me recordo -, não queria sair do quentinho banho em que me tinham mergulhado e que por isso me levaram até a um sítio onde arreliadoramente me obrigaram a ver a luz do dia... Colaram-me um rótulo que um dia por rebeldia cheguei a pensar substituir, mas meditando um pouco mais sobre o assunto, achei que era estúpido da minha parte fazê-lo e desisti... até hoje. Uma outra vez aconteceu-me algo de parecido: mudei de morada e colocaram-me a hipótese de mudar de telefone e lá sobreveio a vontade de manter o número para que os outros - aqueles que de vez em quando se lembram de mim - me possam chegar.

Quando tinha para aí uns quatro, cinco anitos, veio o meu Pai com uns chocolates antropomórficos revestidos a papel de prata e imitando uns equipamentos de futebol - fiquei na altura a saber que havia uma modalidade desportiva chamada futebol - e tinham duas cores dominantes e diferentes: um era vermelho o outro era Azul e Branco sobre uma cor muito escura - a cor da pele do homem representado, Jaburú disseram.

E eu fiquei a gostar desde aí - o chocolate já apreciava e bastante - da junção das cores que eu via espelhada nos céus para que tanto gostava de olhar... Quando mais tarde fui confrontado na escola com o facto da maioria dos meus colegas terem outras preferências, argumentei sempre, que o meu "Azul e Branco" tinha o aroma e o sabor do mais refinado chocolate do Mundo... E não é que acertei mesmo?

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