24 janeiro, 2011

PAULINHO SANTOS

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João Paulo Maio dos Santos nasceu em Vila do Conde para vida (21-11-1970) e para o futebol mas foi na cidade do Porto que se destacou verdadeiramente no mundo do futebol e se tornou num grande campeão admirado por todos os adeptos portistas. Depois de 3 épocas nos seniores do Rio Ave, transferiu-se para o Porto no início da temporada 1992/93 quando o clube tinha como técnico o brasileiro Carlos Alberto Silva.

Médio defensivo de formação, transformou-se em jogador multifacetado, com uma disponibilidade que tornava indiferente o lugar que ocupava na equipa. Sendo um batalhador, incansável, obstinado, tinha também uma boa qualidade técnica e era, acima de tudo, um jogador apto para fazer tudo e fazer bem em obediência a um superior interesse colectivo.

Depois de uma primeira época em que foi utilizado apenas a espaços pois tinha à sua frente jogadores como André e Rui Filipe começou a ganhar o seu espaço com a chegada de Bobby Robson a meio da sua segunda época tendo-se tornado fundamental na equipa do inglês que, depois, o tentou levar para o Barcelona. Felizmente ficou por cá e construiu uma carreira fantástica tendo-se tornado num dos 5 jogadores a conquistar o Penta com Fernando Santos depois dos 2 títulos de Robson e os 2 de Oliveira. Apesar de pouco utilizado, ainda seria campeão com Mourinho e vencedor da Taça UEFA em 2002/03 ano em que definitivamente pendurou as botas embora mantendo-se ligado à estrutura de futebol do Porto.

Paulinho Santos era impetuoso, às vezes exagerava, e dentro do campo não tinha amigos. Que o diga o Bino (amigo de longa data), que quando jogava no Belenenses teve um frente-a-frente com o Paulinho e os seus queixos saíram muito maltratados. Também Sergey Iuran contava que, aquando da sua passagem pelo Porto, tinha frequentes desentendimentos com Paulinho Santos mas o grupo, com os mais velhos à cabeça, rapidamente sanava tudo indo todos almoçar juntos. Mas, para além da sua qualidade futebolística, ficaram célebres os seus duelos com João Vieira Pinto. Contam ex-colegas que o Paulinho detestava o JVP mas detestava mais ainda o benfica. Ele ia para esses jogos com um único objectivo: ganhar e dar umas pauladas no JVP. E que ninguém lhe dissesse nada porque senão ainda se zangava. Como o JVP era o melhor jogador adversário e também não era de virar a cara, havia sempre grandes confusões entre os dois. Paulinho foi, muitas vezes, injustamente, apontado como o mau da fita o que o tornava ainda mais anti-vermelhos pois JVP era um protegido quer dos árbitros quer da comunicação social de Lisboa. Ficaram também célebres também duas grandes demonstrações da sua qualidade e personalidade na Europa: contra a Sampdória, em Génova, em que, jogando a lateral esquerdo, secou por completo Lombardo que era um extremo perigosíssimo e na Noruega, contra o Rosenborg, em que num jogo disputado sob neve, era o único jogador de manga curta.

Para além da sua enorme carreira no Futebol Clube do Porto onde conquistou 7 campeonatos, 5 taças de Portugal, 5 Supertaças Nacionais e 1 Taça Uefa, representou por 30 vezes a Selecção Nacional tendo apontado 2 golos (1 deles fantástico na Áustria) e participado na fase final do Euro 96, em Inglaterra.

Um grande OBRIGADO ao Paulinho Santos.

10 comentários:

  1. Bem me lembro desses duelos com o JVP ;)

    Grande Paulinho, um jogador à Porto, "apanhei-o" já no final da sua carreira e estive nesse jogo de despedida, contra os lagartos em 2002/2003.

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  2. Obrigado Paulinho Santos, tu eras dos jogadores que transportavas para o relvado toda a raiva e ódio que nós adeptos viviamos na bancada, principalmente contra o SLM...

    Não há outro igual, e dificilmente vai aparecer outro Paulinho Santos...


    BIBÓ PORTO

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  3. Paulinho é ENORME! Um representante da mística portista, bem transmitida por André!

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  4. É com homens como Paulinho Santos que o nosso clube construiu uma história de luta, garra e vitórias!

    Custa-me dizê-lo, mas já não se fazem homens destes. O futebol moderno tem um último: Gattuso!

    Vê-lo num banco de suplentes é garantia de equipa "á Porto", equipa que transporta os valores que nos fizeram crescer.

    OBRIGADO PAULINHO!!!

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  5. que GRANDE jogador era o Paulinho Santos!!! Nesse jogo de despedida ainda deu para rir um bocado pois era so pessoal a gritar para ele dar um ultimo murro no jvp quando se cumprimentaram hehehe

    ps: tenho uma camisola toda autografada da grande equipa vencedora da taça Uefa graças a ele ;)

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  6. Não era um "catedrático" da técnica é verdade.

    Mas não deixa de ser verdade que dava o coração, o suor, lágrimas e até o ultimo folego para ajudar o nosso clube nos objectivos a que se propunha.

    É um jogador que guardo muito boas recordações e foi com esta imagem, juntamente com outras da mesma qualidade, que tiro a imagem de jogador à PORTO.

    Paulinho é Porto.

    Obrigado Paulinho por toda a dedicação que deste ao nosso clube.

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  7. Paulinho Santos um jogador que sempre deu tudo pelo FC Porto. Dedicação, garra, determinação, entrega total, um verdadeiro jogador “à Porto”.
    “À Porto” também porque não gostava de perder nem que fosse a feijões. Consta que, um dia, jogando dominó com amigos de Vila do Conde a “coisa” sai-lhe mal e a mesa foi pelos ares! Nada que alguém não compreendesse. Paulinho era assim…
    É bom que esteja integrado na estrutura técnica do FC Porto. Pode passar o “sentimento” aos mais jovens.
    Paulinho Santos, inesquecível!

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  8. Mafaldinha, "Obrigado Paulinho Santos, tu eras dos jogadores que transportavas para o relvado toda a raiva e ódio que nós adeptos viviamos na bancada". Ora aqui està um belo estado de espirito! ^^

    Agora mais a sério o Paulinho Santos era daquele tipo de jogadores que irrita bastante enquanto adversario, mas que gostamos muito quando o temos na nossa equipa. Dois exemplos:

    1. Quando irrita : lembro-me especialmente de um jogo nas Antas onde consegue expulsar o João Pinto numa falta em que o JVP nem lhe tocou. O Paulinho ficou a "ganir" durante dois minutos no chão, foi levado na maca para receber assistência e a sair das quatro linhas vira-se para o banco, pisca o olho e ri naquela do "no problem". Estes duelos entre os dois eram enormes! Talvez so camparavéis aos do Isaias e Couto.

    2. Quando gostamos : no jogo na Austria de apuramento para o Euro 96. Portugal estava a fazer um jogo muito mau e perder metia em causa a qualificação. So alguém com muita raça podia virar a situação. Pegou na bola e marcou. Mais do que o jogo na Luz contra a Irlanda, este empate ,na Austria foi importantissimo para estarmos em Inglaterra.

    Falo, claro està, como adepto do Benfica.

    Saudações gloriosas!

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  9. @ Norte, tens razão. O Porto sempre viveu, nos ultimos 25 anos, de jogadores do tipo André ou Paulinho Santos, jogadores de muita garra e de entrega total.

    Mas não esquecer uma coisa. Se tais jogadores foram muito importantes foi porque, sobretudo, tinham ao lado deles no meio-campo outros que metiam ordem numa entrega que por vezes era anarquica. Falo do Jaime Magalhães (no caso do André) e do Semedo (no caso do Paulinho).

    Um dos segredos dos diferentes meios-campos do Porto foi precisamente ter conseguido equilibrar a paixão de uns com a frieza de outros.

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  10. Ja que falei do Euro 96, o autor do artigo podia ter mencionado, no final do paragrafo sobre os duelos JVP-PS que o Antonio Oliveira meteu os dois no mesmo quarto do hotel onde estava instalado Portugal.

    Verdade que os dois se destestavam (e talvez ainda), mas também penso que os dois têm tantas saudades desses duelos que nos.

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